Autor(es):
Raimundo, Ana Margarida Proença
; Dias, António Madureira, orient.
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.19/1731
Origem: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Viseu
Assunto(s): Atitude do pessoal de saúde; Causalidade; Efeitos adversos; Enfermeiros; Erros de medicação; Percepção; Adverse effects; Attitude of health personnel; Causality; Medication errors; Nurses; Perception
Descrição
TÍTULO: Perceção dos enfermeiros sobre erros de medicação: tipos e causas.
ENQUADRAMENTO: Metade dos eventos adversos evitáveis é consequência de erros de
medicação, sendo estes responsáveis por mais mortes anualmente do que os acidentes de
trabalho (ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2005).
OBJETIVOS: Relacionar as variáveis sociodemográficas, profissionais, formação,
conhecimentos e experiências com erros de medicação, com a perceção da frequência da
ocorrência dos tipos e das causas de erros de medicação.
MÉTODOS: Estudo descritivo correlacional; amostra 117 enfermeiros (método snowball)
(70.1% sexo feminino e 29.9% sexo masculino). Aplicação de questionário eletrónico
constituído por uma componente sociodemográfica, escala de conhecimentos, perceções e
experiência com erros de medicação (MAURER, 2010; BOHOMOL; RAMOS, 2006; MAYO;
DUNCAN, 2004; OSBORNE; BLAIS; HAYES, 1999; GLADSTONE, 1995).
RESULTADOS: Dos inquiridos 62.4% detém fracos a razoáveis conhecimentos sobre erros
de medicação; mais de 58% perceciona a sua formação académica/contínua sobre erros de
medicação como sendo inexistente/insuficiente e 64.1% não tem formação contínua nesta
área há pelo menos 6 anos; 72.6% diz ter experienciado um ou mais erros de medicação
sem dano para o doente e apenas 32.1% relatou um ou mais erros de medicação sem dano
para o doente. Os tipos e as causas de erros de medicação identificadas ocorrem com uma
frequência elevada para mais de 37% dos inquiridos e os três tipos e causas mais cotados
foram respetivamente: hora errada, técnica de administração errada e omissão; falta de
enfermeiros, interrupções e prescrição incompleta. Os enfermeiros com idade superior a 40
anos (p=.03) e os que prestam cuidados especializados (p=.04) percecionam menos a
frequência dos tipos de erros de medicação. Este último grupo também perceciona menos a
frequência das causas de erros de medicação (p=.008). Os que experienciaram mais erros
de medicação com dano para o doente têm maior perceção da frequência das causas de
erros de medicação (p=.006). Quanto maior é o número de anos de exercício profissional no
atual serviço, menor é a frequência percebida dos tipos de erros de medicação [t=-2.284;
p=.024; β=-.208; r2=.043].
CONCLUSÃO: A perceção dos enfermeiros sobre a frequência dos tipos e das causas de
erros de medicação não tem, geralmente, relação com características sociodemográficas,
profissionais e formativas, o que demonstra a transversalidade desta problemática. Os
resultados apontam para implicações práticas na formação dos enfermeiros, nas condições
de trabalho e nas políticas hospitalares no sentido de reduzir os erros de medicação.
PALAVRAS-CHAVE: Erros de medicação; perceção dos enfermeiros; tipos; causas. ABSTRACT
TITLE: Nurse perception on medication errors: types and causes.
CONTEXT: Half of the preventable adverse events is a consequence of medication errors,
causing more deaths annually than work accidents (ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2005).
OBJECTIVES: Relate the socio-demographic, professional, training, knowledge and
experience variables with medication errors, with the perception of the occurrence frequency
of the types and causes of the medication errors.
METHODS: Descriptive correlational study; sample with 117 nurses (snowball method)
(70.1% feminine gender and 29.9% male gender). Application of electronic survey composed
by a socio-demographic component, knowledge scale, perception and experience with
medication errors (MAURER, 2010; BOHOMOL; RAMOS, 2006; MAYO; DUNCAN, 2004;
OSBORNE; BLAIS; HAYES, 1999; GLADSTONE, 1995).
RESULTS: The survey shows that 62.4% of the people inquired have poor or reasonable
knowledge about medication errors; over 58% consider their academic/continuous training
on medication errors as inexistent/insufficient and 64.1% have not had any continuous
training on this subject for at least 6 years; 72.6% claim to have experienced one or more
medication errors with no harm for the patient and merely 32.1% reported one or more
medication errors without any harm to the patient. The identified types and causes for the
medication errors occur with a high frequency for over 37% of the enquired people and the
three higher ranked types and causes were, in order: wrong time, erroneous administration
technique and omission; lack of nurses, interruptions and incomplete prescription. The
nurses aged over 40 (p=.03) and the ones who provide specialized care (p=.04) have a lower
perception of the frequency of the types of medication errors. This last group also has a
lower perception of the frequency of the causes for medication errors (p=.008). Those who
experienced more medication errors with harm for the patient have a higher perception of the
frequency of the causes for medication errors (p=.006). The longer a professional has spent
in his current service, the lower the perceived frequency of the types of medication errors [t=-
2.284; p=.024; β=-.208; r2=.043].
CONCLUSION: The nurses’ perception on the frequency of the types and causes of
medication errors is generally not related to the socio-demographic, professional and
formative characteristics, what shows the transversality of this problem. The results suggest
practical implications in the nurses’ training, working conditions and hospital policies, towards
the reduction of the medication errors.
KEYWORDS: Medication errors; nurse perception; types; causes.