Autor(es):
Santos, Jorge Manuel Jesus
; Dias, António Madureira, orient.
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.19/1690
Origem: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Viseu
Assunto(s): Enfermeiros; Fenómenos cronobiológicos; Ritmo circadiano; Saúde ocupacional; Tolerância ao trabalho programado; Chronobiology phenomena; Circadian rhythm; Nurses; Occupational health; Work schedule tolerance
Descrição
INTRODUÇÃO: A enfermagem é uma das profissões, na área da saúde, que se encontra sujeita ao regime de trabalho por turnos. Apesar dos diversos estudos apontarem para o trabalho por turnos apresentar consequências nefastas (físicas, psicológicas e sociais e familiares), para os trabalhadores, este continua a aumentar, em Portugal houve um ligeiro aumento percentual, de 8,1% em 2000 para 10,6% em 2010.
OBJECTIVOS: Analisar a saúde dos enfermeiros que trabalham em horário rotativo; Identificar em que medida as características sociodemográficas e profissionais se relacionam com a saúde dos enfermeiros.
METODOLOGIA: Estudo quantitativo, não experimental, Descritivo-correlacional, transversal e retrospectivo. Amostra: 109 enfermeiros (67,9% sexo feminino e 32,1% sexo masculino). Dados obtidos através de questionário: questões de caracterização sociodemográfica e profissional, aplicação do questionário EPTT (dados individuais, sono e fadiga, saúde e bem-estar e situação social e doméstica).
RESULTADOS: 45%, apresentam uma acentuada satisfação profissional. A grande maioria, 86,2% não apresenta alterações de qualidade de sono. 36,7% apresentam ligeira fadiga e 42,1% apresentam fadiga acentuada. Verifica-se que 73,4% apresenta moderada perturbação. A maioria dos elementos, 62,4% não apresenta sintomatologia gastrointestinal e 83,5% não apresenta sintomatologia cardíaca. 39,4% apresentam perturbações acentuadas na satisfação social e domestica. Variáveis que influenciam a saúde dos enfermeiros: Sexo (Sintomas Físicos Gastrointestinais e Sintomas Físicos Cardíacos; Grupo Etário (Saúde no Geral); Idade (Qualidade de Sono, Fadiga Crónica, Satisfação Social e Domestica; A Categoria Profissional (Qualidade de Sono e Saúde no Geral). Serviço (Qualidade de Sono, Sintomas Físicos Gastrointestinais e Satisfação Social e Domestica); Se as Condições de Trabalho e Remuneração Fossem Iguais (Satisfação Social e Domestica), Tempo de Exercício Profissional explica 7% da Satisfação Social e Domestica. O Tempo no Atual Regime apresenta-se como modelo explicativo na dimensão Qualidade de Sono e Saúde no Geral. O
Tempo no Atual Serviço (Sintomas Físicos Cardíacos e Satisfação Social e Domestica); A Carga Horária (Qualidade de Sono, Saúde no Geral, e Satisfação Social e Domestica).
CONCLUSÕES: Parece não haver dúvidas quanto ao facto de que o trabalho por turnos é um regime de trabalho penoso para quem o pratica, causando diversas alterações de índole física, psicológica e social. Quando confrontados com a possibilidade de optar por um tipo de horário, 62 % dos inquiridos preferiam o horário fixo.
PALAVRAS-CHAVE: Trabalho por Turnos; Consequências e Saúde. ABSTRACT
TITLE: Working in Shifts: The Health Consequences on Nurses.
INTRODUCTION: Nursing is one of the jobs in the health field which is subject to work in shifts. Although different studies point to the negative consequences of working in shifts (physical, psychological, social and family related) for the workers, it continues to rise. In Portugal, there has been a slight increase in percentage from 8,1% in 2000 to 10,6% in 2010.
OBJECTIVES: To analyze the health of nurses who work a rotating schedule; to identify the extent to which the socio-demographic and professional characteristics relate to the nurses’ health.
METHODOLOGY: Quantitative study, non experimental, descriptive and co relational, transversal and retrospective. Sample: 109 nurses (67,9% female and 32,1% male). Data was obtained by means of a questionnaire: questions of socio-demographic and professional characterization, the EPTT questionnaire was applied (individual data, sleep and fatigue, health and well-being in a social and domestic situation).
RESULTS: 45% of those surveyed showed high job satisfaction. The majority, 86,2% presented no alteration in the quality of sleep. 36,7% presented light fatigue and 42,1% presented severe fatigue. 73,4% presented moderate disturbance. The majority of those surveyed 62,4% did not present gastrointestinal symptomatology and 83,5% did not present cardiac symptomatology. 39, 4% presented high levels of disturbance in their domestic and social satisfaction. Variables that influence the health of nurses: Gender (Physical Gastrointestinal Symptoms and Physical Cardiac Symptoms; Age Range (Health in General); Age (Quality of Sleep, Chronic Fatigue, Domestic and Social satisfaction; Occupational Category; (Quality of Sleep and Health in General. Hospital Department (Quality of Sleep, Physical Gastrointestinal Symptoms and Domestic and Social Satisfaction); If working conditions and payment were equal (Domestic and Social Satisfaction); the period of time in professional practice would explain 7% of domestic and social satisfaction. Time in the current regime presents itself as an explanatory example of the dimension of the Quality of Sleep and Health in General. Time in the Current Department (Physical Cardiac Symptoms
and Domestic and Social Satisfaction); the Working Hours (Quality of Sleep, Health in General and Domestic and Social Satisfaction).
CONCLUSIONS: It seems that there are no doubts as to the fact that working in shifts is a difficult laborious job for those who do it, causing various alterations of a physical, psychological and social nature. When confronted with the possibility of choosing a specific timetable, 62% of those questioned would prefer a fixed timetable.
KEY-WORDS: Working in Shifts, Consequences and Health.