Autor(es):
Rodrigues, Maria Helena Rosário
; Nunes, Maria Madalena Jesus Cunha, orient.
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.19/1650
Origem: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Viseu
Assunto(s): Avaliação de necessidades; Doença crítica; Família; Psicologia; Stresse psicológico; Unidades de cuidados intensivos; Critical illness; Family; Intensive care units; Needs assessment; Psychology; Stress, psychological
Descrição
A vulnerabilidade ao stress surge como tema de grande actualidade na área da saúde, relatando a literatura
que o suporte familiar se constitui como um determinante importante da sua ocorrência. Neste contexto, o
estudo procurou investigar sobre a vulnerabilidade ao stress em Familiares de Doentes Críticos, designados
doravante por Familiares, internados em Unidades de Cuidados Intensivos pelo que delineámos como objectivos:
- Caracterizar alguns parâmetros sócio - demográficos dos Familiares;
- Avaliar a vulnerabilidade ao stress dos Familiares;
- Analisar a influência das variáveis sócio-demográficas (idade, sexo, habilitações literárias, estado civil e
grau de parentesco) na vulnerabilidade ao stress dos Familiares;
- Determinar o efeito da funcionalidade familiar na vulnerabilidade ao stress dos Familiares;
- Identificar o grau de importância e satisfação das necessidades na vulnerabilidade ao stress dos Familiares;
- Medir o efeito da importância e satisfação das necessidades na vulnerabilidade ao stress dos Familiares;
- Estimar o efeito preditivo da idade, funcionalidade familiar, importância e satisfação das necessidades na
vulnerabilidade ao stress dos Familiares;
O estudo transversal de natureza observacional, analítico correlacional foi realizado numa amostra não
probabilística por conveniência, constituída por 60 Familiares com idades compreendidas entre os 18 e 73 anos
( x =45.48; S =14.205).
A colheita de dados foi realizada no período de fevereiro a maio de 2011, com recurso a um Questionário
Sócio - demográfico, à Escala de Apgar Familiar de SmilKstein (1978) adaptada por Azeredo e Matos
(1989), à Escala de Vulnerabilidade ao Stress – 23 QVS, elaborada por Vaz Serra em 1985 (Vaz Serra, 2000), ao
Critical Care Family Needs Inventory (CCFNI) e ao Needs Met Inventorry (NMI) ambas de Molter (1979) e
Leske (1991), versão adaptada de Melo (2005).
Observou-se que 53,3% dos Familiares se apresentam vulneráveis ao stress e 46,7 % não estão vulneráveis.
A vulnerabilidade ao stress é mais elevada nos Familiares do sexo feminino ( x =43.44; S =11.297), de
maior idade (r =. 262; =. 043), com menos instrução (H=6.444; =. 040), com grau de parentesco de cônjuge
(F=3.218; =.047), e mais satisfeitas (Ró = -. 296; =. 022). A variável satisfação das necessidades,
revelou-se preditiva da vulnerabilidade ao stress dos Familiares, explicando 12,6% da sua variabilidade.
Infere-se dos resultados apresentados que as variáveis idade, instrução, grau de parentesco e satisfação
das necessidades, influenciam a vulnerabilidade ao stress, impondo-se considerá-las quando se planeiam boas
práticas de enfermagem no atendimento dos familiares de doentes críticos nas unidades de cuidados intensivos. ABSTRACT
Vulnerability to stress is currently a topic of great relevance in the area of health and literature indicates
that family support is constituted as an important determinant in its occurrence. In this context, this study sought
to research the vulnerability to stress to the relatives of critically ill patients, hereafter designated as Relatives,
who are admitted to the Intensive Care Units, thus the following objectives have been outlined:
- To characterise some socio-demographic parameters of the Relatives;
- To assess the Relatives’ vulnerability to stress;
- To analyse the influence of socio-demographic variables (age, gender, schooling, marital status and kinship)
on the Relatives’ vulnerability to stress;
- To determine the effect of the family’s functionality considering the Relatives’ vulnerability to stress;
- To identify the level of importance and satisfaction of needs considering the Relatives’ vulnerability to
stress;
- To measure the effect of the importance and satisfaction of needs considering the Relatives’ vulnerability
to stress;
- To estimate the predictive effect of age, family’s functionality, importance and satisfaction of needs considering
the Relatives’ vulnerability to stress.
The cross-sectional observational, analytical correlational, study was performed in a non-probabilistic
sample due to convenience, and consists of 60 Relatives aged between 18 and 73 years ( x = 45.48, S = 14.205).
The data was gathered from February to May 2011, through a Socio-demographic Questionnaire, in accordance
with the Family Apgar Scale by SmilKstein (1978) adapted by Azeredo and Matos (1989), the Vulnerability
to Stress Scale – 23 QVS, elaborated by Vaz Serra in 1985 (Vaz Serra, 2000), the Critical Care Family
Needs Inventory (CCFNI) and the Needs Met Inventory (NMI) both by Molter (1979) and Leske (1991), version
adapted by Melo (2005).
It was observed that 53,3% of the Relatives were vulnerable to stress and 46,7% were not. Vulnerability
to stress is higher in Relatives that were female ( x = 43.44, S = 11.297), older (r =. 262, =. 043), with less
education (H= 6.444, =. 040), spouses (F = 3.218, =. 047), and more satisfied (Rho = -. 296, =. 022).
The variable satisfaction of needs, proved to be predictive of the Relatives’ vulnerability to stress, representing
12,6% of its variability.
From the results presented, it appears that the variables age, education, kinship and satisfaction of
needs, influence vulnerability to stress, thus they need to be considered when planning good nursing practices
when dealing with the relatives of critically ill patients in intensive care units.