Autor(es):
Xavier, Maria Gorete Ferreira
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.21/2177
Origem: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa
Assunto(s): Contexto; Família; Comunidade; Redes de apoio; Representações sociais; Context; Family; Community; Support networks; Social representations
Descrição
O presente estudo visou caraterizar as representações que técnicos de
intervenção precoce têm sobre famílias que vivem em meio rural e em meio urbano
que recebem apoio das equipas. Foram realizadas entrevistas semi-diretivas, os
participantes e entrevistados foram dez docentes com intervenção educativa nas
equipas, cinco em apoio direto a famílias de meio rural e cinco a realizar intervenções
com famílias de meio urbano.
Deste estudo resultaram vários dados qualitativos que depois de analisados e
discutidos, levaram a diversas conclusões que vem dar respostas às questões e
problemática iniciais.
As famílias inseridas nestes contextos têm características que as diferenciam;
habilitações, recursos, necessidades e comportamentos em comunidade. Tem
aspetos culturais que influenciam as suas atitudes, participação e autonomia e são
ou não decisivas no desenvolvimento da criança.
Em contexto rural as famílias apresentam um maior número de necessidades
comparativamente às famílias de meio urbano. As maiores necessidades das
famílias em contexto rural situam-se nas questões financeiras, de formação e apoio
técnico e especializado. As maiores necessidades das famílias de contexto urbano
situam-se ao nível do fraco apoio familiar e das redes sociais. As necessidades
comuns situam-se nas necessidades de informação e promoção da autonomia e
competências parentais. As visitas e intervenções domiciliares podem permitir
melhorar a identificação das necessidades e recursos das famílias e compreender
melhor os critérios de referência de algumas crianças. As oportunidades de
aprendizagem são maiores nestes encontros em domicílio, estão presentes em
muitos casos, elementos da família alargada, que muitas vezes tem um papel
fundamental na educação e estimulação destas crianças.
Os docentes de IP em intervenção em contexto urbano, comparativamente com
os docentes inseridos em contexto rural, apoiam famílias que na generalidade
abrangem áreas profissionais mais vantajosas financeiramente. Estas famílias terão
á partida melhores condições para aceder a mais recursos e apoios. Nos dois
contextos existe uma necessidade comum, falta de informação e alguma autonomia
e competências parentais em relação ao crescimento das crianças. A realização de
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encontros de pais ou criação de grupos de pais que tenham por base a partilha de
experiencias e informação, estão planeadas mas não são uma realidade nestas
equipas.
Nas práticas de qualidade, o profissional deve atuar nos contextos naturais
como, a família, ou a comunidade, mas pode incluir também rotinas, brincadeiras,
festas etc. cenários que facilitem o dia-a-dia. As famílias têm contextos e rotinas
próprias que os profissionais devem identificar, os dados que recolhemos indicam
essa necessidade de proceder a avaliação mais atenta das necessidades das
famílias. As práticas recomendadas e o enquadramento legislativo são tidos em
conta pelos docentes e profissionais das equipas, os recursos documentais são na
sua maioria comuns, a todas as equipas participantes, seguindo as orientações e
documentos/minutas facultadas pela comissão coordenadora do SNIPI (Sistema
Nacional de Intervenção Precoce na Infância)
Apesar das recomendações teóricas para práticas de qualidade centradas na
família, verificamos que estas fazem parte das preocupações destes docentes, mas
nem sempre são implementadas. A problemática da criança parece ser ainda o ponto
mais importante dos programas e planos de intervenção e mesmo o critério decisivo
para delinear a duração e frequência das intervenções, seja em contexto urbano ou
rural. - ABSTRACT
This study aimed to characterize the families of rural and urban areas that receive
support from Early Intervention Teams. It has been proposed yet whether
professionals IP suit their practices to the characteristics of these families and
communities integrated in different cultural contexts. Interviews were conducted semidirective,
participants were ten respondents and teachers with educational
intervention teams, five in direct support to families in rural areas and five
interventions with families in urban areas. This study resulted in a number of
qualitative data that then analyzed and discussed, led to several conclusions that
comes to answer the questions and problems early.
The families included in these contexts have characteristics that differentiate
them; qualifications, resources, needs and behaviors in the community. Has cultural
aspects that influence their attitudes, participation and autonomy and are not decisive
in the development of the child. In the rural households have a greater number of
needs compared to urban families. The greatest needs of families in rural settings are
located in financial matters, training and technical support and expertise. The greatest
needs of the urban households are located at the level of weak family support and
social networks. Common needs lie in information needs and promoting autonomy
and parenting skills. The home visits and interventions may allow improved
identification of needs and resources of families and understand the benchmarks of
some children. Learning opportunities are greater in these meetings at home, are
present in many cases, elements of the extended family, which often plays a key role
in education and stimulation of these children. Teachers IP intervention in the urban
compared with rural teachers placed in context, support families in general include
professional areas more financially advantageous.
These families will have better starting conditions for access to more resources
and support. In both contexts there is a common need, lack of information and some
autonomy and parenting skills in relation to the growth of children. The meetings of
parents or creating parent groups that are based on the sharing of information and
experiences are planned but are not a reality in these teams.
In quality practices, the professional must act in natural contexts like the family or the
community, but may also include routines, jokes, and parties’ etc. scenarios that
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facilitate the day-to-day. Families have their own contexts and routines that
professionals should identify, collect the data indicate that the need for more careful
assessment of the needs of families.
Best practices and legislative environment are taken into account by teachers and
professional teams, the documentary resources are mostly common to all
participating teams, following the guidelines and documents / drafts provided by the
coordinating committee SNIPI (National Intervention Early Childhood)
Despite the theoretical recommendations for quality practices family-centered, we
see that these are part of the concerns of teachers, but are not always implemented.
The issue of child seems to be still the most important programs and plans and even
the decisive criterion for delineating the duration and frequency of interventions
whether in urban or rural.