Autor(es):
Nunes, Baltazar
; Falcão, José Marinho
Data: 2008
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/286
Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Assunto(s): Epidemiologia; Doenças Evitáveis pela Vacinação; Gripe; Vacinação; Determinantes da Saúde e da Doença
Descrição
A gripe é uma doença infecciosa que anualmente é responsável por epidemias sazonais
que atingem entre 5 a 20% da população.
No presente, a principal medida de prevenção da infecção gripal e das complicações que
lhe estão associadas é a vacinação.
Neste contexto a monitorização da cobertura da vacina antigripal (VAG),
principalmente nos grupos de risco reveste-se da maior importância.
Desde a época de 1998/1999 até ao presente, o Observatório Nacional de Saúde
actualmente Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr.
Ricardo Jorge tem contribuído para a monitorização da cobertura da VAG.
Entre 1999 (época 1998/1999) e 2008 (época 2007/2008) foram realizados nove
inquéritos telefónicos ao painel de famílias ECOS – Em Casa Observamos Saúde, com
o objectivo de estudar a cobertura da VAG na população portuguesa do Continente.
A dimensão da amostra de indivíduos em estudo variou ao longo das épocas entre o
valor mínimo de 2206 (2005/2006) e o valor máximo de 4167 (2001/2002) (Quadro 2).
Na população geral, entre as épocas de 1998/99 e 2007/2008 não se observou um
aumento consistente da percentagem de vacinados (de 14,2% IC95%: 11,6%-16,8% a
16,0% IC95%: 14,5%-17,6%). Nos grupos de risco, a cobertura da VAG aumentou
claramente e com significância estatística nos grupos de risco:
· Idosos (³65 e mais anos) de 31,3% (IC95%: 26,1%-36,9%) para 51,0% (IC95%:
45,8%-56,1%) e;
· Diabéticos de 22,5% ( IC95%: 18,5%-28,7%) para 44% (IC95%: 36,0%-52,8%).
Pode-se ainda concluir que a meta definida pela OMS e pela DGS para 2006 nos idosos
(³65 anos), de uma cobertura da VAG de 50% foi atingida.
Nestas circunstâncias, afigura-se importante continuar a promover a vacinação
antigripal dos indivíduos com 65 anos e mais assim como dos restantes grupos de
risco, uma vez que a meta da OMS para a cobertura da VAG nos idosos de 75% para
2010 é bastante ambiciosa e já se encontra praticamente à vista.