Author(s):
Brandão, João
; Wergikosky, Bela
; Rosado, Carmen
; Noronha, Graça
; Rosado, Laura
; Veríssimo, Cristina
; Falcão, Maria Leonor
; Giraldes, Alexandra
; Simões, M.
; Rebelo, Helena
; Veríssimo, Cristina
Date: 2002
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.18/232
Origin: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Subject(s): Qualidade microbiológica de areias; Infecções Sistémicas e Zoonoses
Description
Promoção da Associação Bandeira Azul da Europa Quanto à forma de organização dos recursos adoptou uma estrutura inédita, juntando entidades da administração central e da administração local, empresas privadas e uma organização não governamental, entidades que têm em comum competências, responsabilidades ou intervenção na qualidade ambiental.
1. Como Entidade promotora e coordenadora do Projecto pegou-se numa ONGA a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE).
2. Do lado da administração central, contou-se com a colaboração do Instituto do Ambiente (EX-DGA) e (EX-IPAMB), o Instituto da Água (INAG) e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
3. Por parte da administração local tivemos desde o inicio a participação activa da Câmara Municipal de Cascais (CMC), e mais tarde a adesão da Câmara Municipal de Viana do Castelo (CMVC).
4. Finalmente como Entidades Privadas a ABAE estabeleceu parcerias com a IMOAREIA e com a SANEST entidades que contribuíram de modo considerável no financiamento deste projecto. Actualmente, não existem quaisquer linhas de orientação quanto à qualidade das areias das praias. A
qualidade ambiental das praias tem vindo a adquirir uma importância crescente entre os critérios de
escolha do destino turístico. O único indicador da qualidade disponível para os utentes conhecerem o
estado do ambiente de uma praia, é a qualidade da sua água balnear.
No âmbito da campanha «Areia Limpa, Praia Saudável» da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) para
o ano de 2001, esta Associação convidou o Instituto do Ambiente (IA), o Instituto Nacional de Saúde Dr.
Ricardo Jorge (INSA), a Câmara Municipal de Cascais (CMC), a Câmara Municipal de Viana do Castelo (CMVC)
e o Instituto da Água (INAG), para conceber um projecto de investigação sobre este tema. Assim, planeou-se
um estudo que teve por objectivos seleccionar os indicadores de qualidade que melhor caracterizam a
contaminação microbiológica das areias das praias, propor os respectivos valores de referência e os
métodos de análise mais adequados para a determinação dos indicadores propostos. Pretende-se que este
estudo contribua para o estabelecimento de regras para a monitorização da qualidade microbiológica das
areias das praias, de métodos de gestão de zonas balneares e para a elaboração de normas de conduta de
utilização destas pelos utentes. Foi então delineado um modelo de estudo, no qual foram comparados três
grupos de praias com níveis de qualidade crescente: zonas balneares que segundo a Directiva 76/160/CEE,
foram classificadas de má qualidade, outras de boa qualidade (Bandeira Azul) e praias com baixa ocupação
humana, de forma a se poder estabelecer os limites de contaminação aceitáveis. As colheitas foram
efectuadas ao longo de um ano e analisado o potencial efeito da sazonalidade. Colheram-se amostras de
areia das zonas molhada e seca que foram lavadas e o líquido de lavagem analisado para parâmetros
microbiológicos e químicos previamente seleccionados. Simultaneamente foram colhidas amostras de água
do mar que conjuntamente com as areias, foram analisadas por dois métodos nos Laboratórios de
Referência do Ambiente e da Saúde. Tratados os resultados, foram detectadas diferenças significativas entre
os três grupos de praias, para a água e areia molhada e uma boa correlação entre estas variáveis para a
maioria dos parâmetros bacteriológicos. A areia seca não apresentou diferenças significativas entre os
grupos de praias, teve uma boa correlação com a areia molhada mas não com a água, principalmente nos
parâmetros micológicos. Os indicadores que melhor definem estas diferenças são os coliformes totais e os
enterococos intestinais em bacteriologia e o número total de fungos, leveduras e fungos potencialmente
patogénicos em micologia. Os métodos escolhidos foram: o método de espalhamento para os parâmetros
micológicos, o método do número mais provável para a determinação de coliformes incluindo E. coli e o
método de filtração por membrana para os enterococos intestinais. Esta escolha fundamentou-se nos
resultados da análise estatística e no caso de métodos equivalentes na sua operacionalidade. As principais
recomendações resultantes deste trabalho são em primeiro lugar a alteração da classificação das zonas
balneares com base na qualidade das águas; em seguida acrescentar a qualidade microbiológica das areias
como critério obrigatório para a atribuição do galardão da Bandeira Azul; finalmente monitorizar apenas a
areia seca das zonas balneares, três vezes ao ano durante a época balnear, para os parâmetros acima
descritos pelos métodos aqui estabelecidos.