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Programa Nacional de Vigilância da Gripe - Relatório da Época 2012/2013

Author(s): Guiomar, Raquel cv logo 1 ; Conde, Patrícia cv logo 2 ; Cristóvão, Paula cv logo 3 ; Pechirra, Pedro cv logo 4 ; Nunes, Baltazar cv logo 5

Date: 2013

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.18/1732

Origin: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde

Subject(s): Infecções Respiratórias; Gripe; Influenza; Vigilância Epidemiológica; Médicos-Sentinela; Serviços de Urgência; Síndroma Gripal; Época 2012/2013; Estados de Saúde e de Doença; Saúde Pública; Portugal


Description
Com o presente relatório, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P., pretende sintetizar e divulgar os resultados obtidos pelo Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG) durante a época de 2012/2013, em Portugal. Um dos principais objetivos do PNVG é justamente a recolha, análise e disseminação da informação sobre a atividade gripal em Portugal. Toda a informação obtida pelo Programa Nacional de Vigilância da Gripe (que inclui a identificação e caracterização dos vírus da gripe em circulação em cada época, assim como a identificação de vírus emergentes com potencial pandémico e que constituam um risco para a saúde pública) pretende, em última instância, contribuir para a diminuição da morbilidade e mortalidade associada à infeção e suas complicações, servindo de suporte à orientação de medidas de prevenção e controlo da doença de forma precisa. Na época 2012/2013 foram notificados um total de 1436 casos de síndroma gripal (SG). A atividade gripal foi considerada moderada e o maior número de notificações foi observado entre o final de Janeiro e a primeira quinzena de Março. O período epidémico ocorreu entre as semanas 4/2013 e 11/2013, com um valor máximo de 69,6 casos de SG por 100 000 habitantes na semana 10/2013. A maior parte das notificações corresponderam a indivíduos do género feminino. O grupo etário mais representado foi o correspondente à população jovem/adulta com idades compreendidas entre os 15 e os 44 anos. A febre, o mal-estar e a debilidade ou prostração foram os sintomas/sinais mais frequentemente referidos nos casos notificados. A análise laboratorial a 1262 exsudados da nasofaringe revelou a presença de vírus influenza em 43,5% destes casos. Dos 549 vírus influenza identificados, 272 (49,5%) eram do tipo B (linhagem Yamagata) enquanto que 232 (42,3%) vírus pertenciam ao subtipo A(H1)pdm09. Estes vírus co-circularam durante a época 2012/2013, e foram detetados em circulação simultânea no decorrer de praticamente todo o inverno, especialmente entre as semanas 1/2013 e 16/2013. Foram também detetados em pequeno número e de forma esporádica 35 (6,4%) vírus influenza do subtipo AH3 e 10 (1,8%) vírus influenza da linhagem B/Victoria. O vírus do subtipo A(H1) sazonal não foi detetado nos casos estudados. Nos casos de síndroma gripal notificados para cada grupo etário, a maior percentagem de casos de gripe verificou-se em crianças com idade compreendida entre os 5 e os 14 anos (61,8%; 94/162). A vacina antigripal foi administrada a 10,4% (131/1265) dos casos de SG notificados (com informação do estado vacinal), com a maior proporção de casos vacinados observada no grupo etário dos idosos (≥65 anos). Entre os casos de gripe, a vacina antigripal tinha sido administrada a 17 casos (3,6%; 17/471), sendo que 15 deles se encontravam potencialmente imunizados, e estiveram associados na sua maioria a casos de infeção pelos vírus influenza A(H1)pdm09 e influenza B/Yamagata. O diagnóstico diferencial de vírus respiratórios detetou a presença em maior frequência de Rhinovírus humano, seguido de Vírus Sincicial Respiratório. A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (RPLDG), constituída essencialmente por laboratórios hospitalares, realiza o diagnóstico laboratorial do vírus da gripe e permite um conhecimento mais preciso, da etiologia das infeções respiratórias agudas graves, constituindo por isso, um complemento valioso para o PNVG. Dos casos de internamento em UCI reportados pela RPLDG, 38,8% (121/312) estavam associados a infeção pelo vírus da gripe, sendo o vírus A(H1)pdm09 o responsável pela maioria destas infeções (62,8%; 76/121). Os vírus da gripe detetados durante 2012/2013, quer na vigilância clínica e laboratorial (n=549/1262), quer através da RPLDG (n=165, recebidos no LNRVG) foram objecto de análise complementar por parte do Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe/INSA. A análise antigénica realizada revelou que os vírus influenza do tipo A foram semelhantes às estirpes vacinais 2012/2013 para os subtipos A(H3) e A(H1)pdm09. A maioria dos vírus influenza B/Yamagata evidenciaram uma deriva antigénica relativamente à estirpe vacinal para a época 2012/2013, aproximando-se da estirpe B/Massachusetts/2/2012 (estirpe que integrará a vacina antigripal 2013/2014). Os vírus predominantes na época em análise (influenza B/Yamagata e A(H1)pdm09) revelaram também alguma diversidade genética, tendo sido registadas algumas substituições de aminoácidos em locais antigénicos da glicoproteína viral hemaglutinina que podem estar na origem da sua deriva antigénica. A monitorização da resistência aos antivirais nas 355 estirpes do vírus influenza analisadas feno- e/ou genotípicamente (265 vírus A(H1)pdm09 e 90 vírus influenza B) revelou serem todas susceptíveis aos inibidores da neuraminidase. No que respeita a monitorização semanal do impacto da epidemia de gripe na mortalidade por “todas as causas”, na presente época não se observou qualquer influencia da epidemia de gripe.
Document Type Report
Language Portuguese
Editor(s) Direção-Geral da Saúde; Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da gripe
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