Autor(es):
Simões, Maria João
; Betencourt, Célia
; Cristovão, Paula
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/1577
Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Assunto(s): Doença Meningocócica; Vigilância Epidemiológica; Infecções Respiratórias
Descrição
A doença meningocócica (DM), endémica em Portugal e em muitos países industrializados, constitui ainda hoje um grave problema de saúde pública devido à sua alta incidência em crianças menores de quatro anos, à taxa de letalidade e de sequelas graves. De notificação clínica obrigatória, a doença meningocócica passou a ter notificação laboratorial também obrigatória a partir de 2002, por implementação da Circular Normativa Nº13/DEP da Direcção Geral da Saúde. A vigilância epidemiológica passou a realizar-se a partir daí com a colaboração dos laboratórios da rede hospitalar pública e privada que integram o VigLab Doença Meningocócica, sistema de vigilância de base laboratorial coordenado pelo INSA.
Do relatório anual da rede de laboratórios VigLab Doença Meningocócica, relativo ao ano 2011, destacam-se os seguintes resultados:
− Em 2011 registaram-se 85 casos de DM, dos quais 68 casos (80%) tiveram confirmação laboratorial e 17 foram classificados como prováveis (notificação apenas clínica);
− A taxa de incidência da DM na população total foi de 0,80 por 100 mil habitantes, valor que confirma a tendência decrescente, observada desde 2003 com um acentuado decréscimo na incidência da doença causada por estirpes C, após a introdução da vacina MenC;
− As estirpes mais frequentes foram as do grupo B (72%). Em apenas dois doentes foram isoladas estirpes do grupo C: num indivíduo adulto, turista não nacional e numa criança portuguesa da qual se desconhece o status vacinal. De assinalável é o aumento significativo de estirpes do grupo Y. A proporção de estirpes do grupo Y aumentou de 1,7% no período 2002 a 2010 para 14,5% em 2011;
− Tem-se observado um aumento do número de meningococos com susceptibilidade intermédia à Penicilina. Não se observa resistência ao Ceftriaxone nem aos antibióticos utilizados em profilaxia;
− Embora o número de casos de DM tenha vindo a decrescer desde 2003, a proporção de casos confirmados aumentou a partir da implementação do Sistema de Vigilância até 2009, ano a partir do qual se observa um decréscimo de notificação (laboratorial e clínica) que deve merecer a nossa reflexão.