Author(s):
Rito, Ana Isabel
; Paixão, Eleonora
; Carvalho, Maria Ana
; Ramos, Carlos
Date: 2011
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.18/142
Origin: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Subject(s): Estilos de Vida e Impacto na Saúde; Determinantes da Saúde e da Doença
Description
A obesidade infantil apresenta-se como um dos mais
sérios problemas de saúde pública, quer no espaço
Europeu, quer no resto do mundo. A taxa de crescimento
desta doença tem -se mantido constante,
acrescentando 400,000 crianças por ano, aos já
existentes 45 milhões de crianças com excesso de
peso. A Organização Mundial da Saúde (OMS), no
seguimento da aprovação da Carta Europeia de Luta
Contra a Obesidade1, lançou uma iniciativa a pedido
dos Estados -Membros da Região Europeia com a
intenção de instalar um sistema de vigilância da obesidade
infantil. O WHO – European Childhood Obesity
Surveillance Initiative, constitui o primeiro
Sistema Europeu de Vigilância Nutricional Infantil.
Portugal assumiu a coordenação Europeia desta iniciativa
e a nível nacional este estudo denomina -se
“COSI – Portugal”.
Sendo Portugal um dos países com maior prevalência
de obesidade infantil com a morbilidade e
mortalidade associada e ainda os elevados custos
que a determinam, o combate a esta doença e a sua
prevenção constituem -se como uma prioridade
política, nomeadamente do Ministério da Saúde.
Neste contexto, houve a necessidade de se estabelecer
a implementação de um sistema de vigilância
simples, padronizado, harmonizado e sustentável
constituindo uma medida claramente importante
para corrigir a lacuna que existe na obtenção de
informação sobre o estado nutricional e avaliação e
monitorização da prevalência de obesidade em
crianças, permitindo também identificar grupos em
risco.
O COSI Portugal tem como principal objectivo
criar uma rede de informação sistemática (a cada 2
anos) comparável entre os países da Europa, sobre
as características do estado nutricional infantil de
crianças dos 6 aos 8 anos.
No primeiro ano de avaliação (2007/2008) participaram
13 países dos 22 inscritos. Em Portugal este projecto foi articulado com as Administrações
Regionais de Saúde do Norte, Centro, Lisboa e Vale
do Tejo, Algarve, Alentejo e com as Direcções Regionais
de Saúde dos Açores e da Madeira.
De acordo com a listagem oficial das escolas do
1.º ciclo do Ensino Básico (2007/2008) do Ministério
de Educação, foi seleccionada uma amostra
representativa nacional. O estudo em questão
baseia -se no modelo da epidemiologia descritiva do
tipo transversal, tendo sido avaliadas 3765 crianças
dos 6 aos 8 anos (média de idades: 7,0 anos ± 0,7 DP)
do 1.º ano e 2.º ano de 181 escolas. A metodologia
aplicada seguiu o protocolo comum a todos os países
participantes. As crianças foram avaliadas através
de parâmetros antropométricos (peso e estatura)
por 74 examinadores que receberam o mesmo
treino de uniformização e qualidade de procedimentos.
Para a classificação do estado nutricional foram
utilizados os 3 critérios internacionalmente reconhecidos
(IOTF2, CDC3 e OMS4). Foram ainda aplicados
mais dois questionários compreendo variáveis
relativas à família e ao ambiente escolar. É de
notar que a participação neste estudo foi superior a
80% dos inicialmente inscritos, designadamente
95,8% de escolas; 81,0% de crianças e 83,8% de
famílias.