Autor(es):
Escobar, Carlos
; Silva, Tiago
; Costa, Beatriz
; Oliveira, Maria Marisa
; Correia, Paula
; Ferreira, Gonçalo
; Costa, Inês
; Júlio, Cláudia
; Rodrigues, João
; Machado, Jorge
; Correia, Cristina
; Simões, Maria João
; Oleastro, Mónica
; Brito, Maria João
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/1325
Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Assunto(s): Gastroenterite Aguda; Rotavírus; Norovírus; Infecções Gastrointestinais
Descrição
Resumo publicado em: Acta Pediátrica Portuguesa 2012;43( 5 -Supl.I):s46 (PAS24) Introdução: A Gastroenterite Aguda (GEA) é a segunda causa de internamento
na idade pediátrica. Objetivo: Caracterizar a GEA, em crianças internadas em
dois hospitais da área de Lisboa. Métodos: Estudo prospectivo de Maio 2011 a
Junho 2012 (14 meses). Foram pesquisados potenciais agentes etiológicos (vírus,
bactérias e parasitas) nas fezes por técnicas convencionais e de biologia molecular
e analisados dados epidemiológicos, clínicos e demográficos. Resultados:
Total de 140 crianças com GEA, 64.3% de etiologia viral, 27.9% parasitaria e
21.4% bacteriana. Em 16.4% não se identificou microorganismo. Os agentes
mais frequentes foram rotavirus (26.4%), norovirus II (13.6%), enterovirus
(12.1%), Microsporidium (11.4%), Escherichia coli (9.3%), Campylobacter
jejuni (7.9%), Giardia spp. (5.7%), Cryptosporidium spp. (5%) e Salmonella spp.
(4.3%). Registaram‑se
co‑infecção
(2 ou mais agentes) em 40 (28.6%) doentes.
Com diferentes distribuições nos dois hospitais, ocorreram picos sazonais em
Fevereiro e Março para o rotavirus e entre Agosto a Outubro para o norovirus.
Nas infecções bacterianas se identificou um contexto epidemiológico (casa‑20%
e escola‑10%).
A mediana das idades foi 1,4 anos (min‑5
dias; max‑17anos)
sendo as infecções virais mais frequentes em ≤3 anos (OR:5.6, p<0.01) e o rotavirus
em idades mais precoces (média=1.8±0.3anos). A presença de sangue
nas fezes (p=0.02) e febre (p=0.039) foram mais frequentes nas infecções bacterianas,
a dor abdominal (p=0.045) nas infecções virais e os vómitos (p<0.01)
e sintomas respiratórios (p=0.046) nas infecções por rotavirus. Registaram‑se
complicações em 50 (35,7%) doentes: desidratação (44), insuficiência renal (3), invaginação ileo‑cecal
(1), adenite mesentérica (1) e apendicite fleimonosa
(1). A desidratação grave ocorreu em três doentes (idade média 3 anos)
registando co‑infecção
em 2/3 casos por Cryptosporidium (3), adenovirus 41
(1), enterovirus (1), parechovirus (1) e ECEA (1). Apenas 10 (7,1%) doentes
estavam vacinados para o rotavirus mas nenhum com o esquema completo teve
esta infecção. Comentários: A GEA cursou com elevada morbilidade sendo o
rotavirus e norovirus os agentes que mais motivaram hospitalização sobretudo
na criança pequena. O numero de coinfecções foi significativo e associou‑se
a
doença grave. A percentagem de amostras sem identificação de agente, reflete
a necessidade de haver outros meios de diagnóstico ou a existência de agentes
atípicos ou de novos agentes na etiologia da GEA.