Autor(es):
Viegas, João
; Papoila, Ana Luísa
; Martins, Pedro
; Aelenei, Daniel
; Cano, Manuela
; Proença, Carmo
; Teixeira, João
; Nogueira, Susana
; Mendes, Ana
; Pinto, Armando
; Paixão, Paulo
; Pinto, Rosado
; Neuparth, Nuno
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/1166
Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Assunto(s): Ventilação; Qualidade do Ar Interior; Saúde; Creches e Infantários; Ventilação em Creches; Qualidade do Ar Interior em Creches; Saúde em Creches e Infantários; Qualidade do Ambiente em Creches; Ar e Saúde Ocupacional
Descrição
É do conhecimento geral que a qualidade do ar interior influencia a qualidade de vida
dos ocupantes dos edifícios e que pode ter implicações significativas no seu estado de saúde. As crianças constituem um grupo de risco que pode apresentar vulnerabilidades quando exposto a um ambiente interior de menor qualidade. Neste âmbito, correntemente constata-se que parece haver uma tendência para as crianças adoecerem com maior frequência quando iniciam a sua exposição ao ambiente de creches e infantários, ocorrendo em especial um aumento das doenças do foro respiratório. O projeto ENVIRH, reunindo uma equipa multidisciplinar, tem por objetivo principal estabelecer associações entre as condições de ventilação desses locais, a
qualidade do ar interior (QAI) e a prevalência de doenças do foro respiratório.
O projeto desenvolve-se essencialmente através de duas fases. De entre um total de 48 creches e infantários (Instituições Privadas de Solidariedade Social - IPSS) em Lisboa e 40 no Porto, foram selecionadas aleatoriamente 45 IPSS (sendo 25 em Lisboa e 20 no Porto), tendo sido analisadas na fase preliminar as suas condições construtivas, realizadas medições pontuais e instantâneas do teor de CO2 em salas de atividades, realizado um inquérito aos hábitos dos
ocupantes relacionados com a ventilação e realizado um questionário médico para identificação de sibilância baseado no questionário ISAAC (International Study on Allergy and Asthma in Childhood). Com base na análise dos resultados preliminares, através do desenvolvimento de uma análise de “clusters”, foi selecionado um conjunto mais restrito de 20 IPSS, as quais integraram a segunda fase do estudo, onde foram realizadas medições das taxas de ventilação (método PFT), da QAI (CO2, CO, formaldeído, COVTs, PM10, bactérias, fungos e ácaros), do conforto térmico e feito um acompanhamento das condições de saúde das crianças (questionário médico, recolha de condensado brônquico do ar exalado,identificação de vírus respiratórios).
A análise estatística dos resultados da primeira fase evidencia uma clara associação do incremento do teor de CO2 com as práticas de manter as janelas exteriores e as portas interiores fechadas (que reduzem as taxas de ventilação) e, por outro lado, uma associação do incremento do teor de CO2 com a sibilância (sintoma de doença respiratória). Esta comunicação detalha a metodologia seguida no estudo e apresenta os resultados da primeira fase.