Autor(es):
Loureiro, Isabel
; Gomes, José Carlos Rodrigues
; Dias, Lúcia
; Santos, Maria João Heitor dos
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/101
Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Assunto(s): Promoção da Saúde; Capacidades; Necessidades; Constrangimentos; Potencialidades; Competências
Descrição
A saúde é um fenómeno com dimensões sociais, psicológicas, espirituais e físicas. A sua manutenção exige uma abordagem multisectorial e transdisciplinar e é condicionada por todas as políticas, em todos os sectores.
Consciente deste desafio, a Unidade de Promoção da Saúde (UPS) do Departamento de Promoção da Saúde e Doenças Crónicas (DPSDC) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (INSA, I.P.), propôs-se desenvolver um estudo de necessidades e potencialidades de acção e formação em promoção da saúde a nível local, regional e nacional, o PROCAPS (Projecto de Capacitação em Promoção da Saúde).
A metodologia utilizada nesta 1ª fase do projecto destinou-se a identificar as principais preocupações, necessidades e recursos das autarquias.
Para isso preparou-se 1) um workshop com autarquias seleccionadas com base no seu interesse e experiências prévias na área, 2) consultaram-se as Administrações Regionais de Saúde para perceber a sua sensibilidade em relação a um apoio mais concreto às autarquias no diagnóstico e planeamento (Perfis de Saúde e Plano de Desenvolvimento em Saúde, e 3) fez-se um questionário (on-line) sobre competências necessárias e indicadores já disponíveis baseado no workshop “Autarquias e Promoção da Saúde” e nas reuniões de trabalho com as ARS do território continental.
A população alvo do estudo foi constituída pelas autarquias (Continente e Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores) (N=308). No caso, o universo foi constituído por todas as Autarquias que responderam ao questionário no período de 1 de Maio a 30 de Setembro de 2009. De acordo com os critérios de inclusão definidos, responderam 96 Autarquias ao Questionário PROCAPS (31,2 % da população original), descendo este número para 89 (28,9 % da população original) por preenchimento incompleto do questionário. Relativamente ao Questionário Disponibilidade de Indicadores Relacionados com a Saúde, responderam 73 Autarquias (23,7 % da população original), sendo todas as respostas validadas.
Destacam-se como principais resultados que para as Autarquias 1) o envolvimento nas políticas de Promoção da Saúde é importante (53,9%) ou muito importante (46,1%); 2) as áreas de intervenção prioritárias em Promoção da Saúde são: saúde (1º), acção social (2º) e educação (3º); 3) há necessidade de mais verbas do Estado (1º) de desenvolvimento de candidaturas a projectos específicos (2º) e de mais profissionais de saúde (médicos, enfermeiros) (3º), para desenvolverem intervenções na área da Promoção da Saúde; 4) as competências referidas como mais necessárias em Promoção da Saúde referem-se ao trabalho em equipa (3º), a negociar e construir parcerias (2º) e a mobilizar os parceiros relevantes (1º); 5) A grande maioria das autarquias (93,3%) afirma ter uma boa articulação com o sector da saúde; e 6) apenas 2 dos 37 indicadores relacionados com a saúde estão disponíveis em 100 % das autarquias respondentes (Existência de escolas com cantina (…) e espaços verdes com acesso público).