Autor(es):
Gonçalves, Paulo
; Pechirra, Pedro
; Conde, Patrícia
; Guiomar, Raquel
; Nunes, Baltazar
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.18/1009
Origem: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Assunto(s): Infecções Respiratórias; Gripe; Influenza; Vigilância Epidemiológica; Médicos-Sentinela; Serviços de Urgência; Síndroma Gripal; Época 2010/2011; Estados de Saúde e de Doença; Saúde Pública; Portugal
Descrição
A época de vigilância da gripe de 2010/2011 caracteriza-se por ser a época posterior à primeira pandemia do século XXI,
que esteve associada à circulação de um novo subtipo de vírus influenza, o vírus pandémico A(H1N1)pdm09.
Nesta época verificou-se um pico de atividade gripal entre as semanas 50/2010 e 5/2011, com a duração de 8 semanas. Durante
este período a taxa de incidência atingiu o valor máximo de 121,12 casos por 100 000 habitantes, na semana 52, sendo a atividade gripal
considerada como alta/moderada.
Do ponto de vista virológico a época teve uma apresentação bifásica, primeiramente dominada pelos vírus influenza do tipo B da linhagem Victoria,
e mais tarde pela circulação dos vírus influenza A(H1)pdm09, sendo estes últimos os detetados num maior números de casos (55,7%).
A deteção dos vírus influenza do subtipo A(H3) e do tipo B da linhagem Yamagata foi esporádica, e os vírus influenza A(H1) sazonais não foram detetados.
Os vírus estudados foram, antigénica e geneticamente, semelhantes às estirpes incluídas na composição da vacina antigripal disponível para a época.
Durante a época de 2010/2011, a maior percentagem de casos de gripe (70,4%) foi detetada no grupo das crianças em idade escolar (5-14 anos).
Nestas, a doença esteve particularmente associada à infeção com vírus influenza do tipo B, enquanto que a infeção com vírus influenza do tipo A ocorreu,
maioritariamente, na população adulta.
Na época em estudo ocorreu uma redução na cobertura da vacina antigripal sazonal, na população geral em todos os grupos etários à exceção dos 45-64 anos
e em todos os grupos que declararam sofrer de doenças crónicas, à exceção dos diabéticos. Apesar de nenhuma destas diferenças ser estatisticamente significativa,
a sua observação concomitante deverá ser considerada como um alerta, incentivando assim o reforço da campanha de vacinação nos grupos alvos prioritários para a vacinação antigripal.