Autor(es):
Fernandes, P
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.10/604
Origem: Repositório do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
Assunto(s): Segurança do doente
Descrição
Os avanços da medicina são indiscutíveis. No entanto, tornam-se cada vez mais discutíveis os danos que a prestação de cuidados de saúde pode trazer ao doente. Cada vez mais a segurança do doente é uma questão central nos sistemas de saúde (Comissão das Comunidades Europeias, 2008).
A publicação do Relatório To Err is Human em 1999, pela Academia Nacional das Ciências dos Estados Unidos incendiou toda a comunidade americana e internacional. Admitir que, pelo menos 44000 americanos morriam, por ano, devido a erros médicos, foi motivo de grande incómodo (Fragata e Martins, 2006).
Os eventos adversos resultantes dos cuidados de saúde são, provavelmente, a maior causa de mortalidade e morbilidade em todo o mundo. Na base da evidência revista verifica-se que é necessária uma combinação de esforços para melhorar a segurança do doente. O foco deve estar, não só em factores individuais tal como a infecção, mas também nos mecanismos da estrutura e dos processos que contribuem para cuidados sub-óptimos.
A construção de uma cultura de segurança é um dos aspectos de extrema importância para a segurança, na medida em que existe uma associação entre a cultura e a ocorrência de erros de medicação e infecções. Apesar dos estudos elaborados mostrarem esta associação, não se conseguiu ainda estabelecer uma relação exacta entre estes factores. Torna-se assim importante medir a cultura de segurança de uma organização de forma a compreender e melhorar a Segurança do Doente (Ashid, 2008).
Segundo a OMS a cultura de segurança do doente engloba um conjunto de atitudes, valores e normas relacionadas com a segurança do doente. Uma comunicação aberta sobre os problemas relacionados com a segurança, um trabalho de equipa eficaz/eficiente e o apoio dos líderes organizacionais no estabelecimento da segurança como uma prioridade são algumas das características da cultura de segurança do doente. Ou seja, toda esta natureza multidimensional sobre a cultura de segurança mostra que é necessário intervir em diversas dimensões. Uma abordagem apenas em alguns aspectos poderá resultar num impacto limitativo na cultura de segurança (Ashid, 2008).