Autor(es):
Graça, J
; Palma, M
; Mendonça, C
; Cargaleiro, I
; Melo, J
Data: 2014
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.10/1229
Origem: Repositório do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
Assunto(s): Empatia; Comportamento social; Psicoterapia
Descrição
Introdução: A empatia é um conceito multi-
dimensional que engloba a capacidade de in-
ferir um estado emocional e responder a emo-
ções vivenciadas pelo outro, podendo ser assim
categorizada em empatia cognitiva e emocional. É uma capacidade que se desenvolve pre-
cocemente através, sobretudo, da interação
com as figuras parentais. Não é exclusiva dos seres humanos e tem sido conservada evolutivamente, constituindo a base da moralidade,
da socialização e do pacifismo. A desregulação
empática, que pode ser avaliada psicometricamente, ocorre em perturbações mentais como a esquizofrenia, a perturbação afetiva, as perturbações de personalidade, entre outras.
Métodos: Trata-se de um estudo exploratório
prospetivo longitudinal que pretende avaliar a
evolução da empatia, medida pelo Quociente de empatia, aos 0 meses e aos 9 meses e, secundariamente, a evolução desta em subgrupos demográficos e nosológicos. Foi utilizada uma amostra de
conveniência de 22 doentes que frequentaram o
Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hos-
pital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, entre
setembro de 2011 e junho de 2012. No Hospital
de Dia, para além das atividades regulares, foi
desenvolvida a atividade terapêutica “Empatias”
que consistiu no desenvolvimento de relações
diádicas promotoras de empatia e num grupo te-
rapêutico quinzenal com enfoque na tomada de
perspetiva. Para a análise estatística foi utilizado
o teste T-Student e o ANOVA.
Resultados e Discussão: Não se encontraram
diferenças significativas entre o QE aos 0 me-
ses e aos 9 meses (QE=39,2 vs QE=39,7 pontos,
respetivamente, p=0,813), tendo-se verificado
uma estabilidade do traço empático medido
através do QE nesta população. No entanto exis-
tem algumas limitações, como a existência de
fatores confundentes, o tempo curto de obser-
vação e a ausência de validação da escala psico-
métrica para a população portuguesa.
Conclusão: Nesta população de doentes com
perturbação mental compensada que frequen-
taram o Hospital de Dia o traço empático mos-
trou estabilidade longitudinal. A investigação
na área da empatia é ainda exploratória e este
estudo pretende ser um contributo para a ava-
liação longitudinal da empatia, tendo em conta o papel desta na perturbação mental