Autor(es):
Batalha, Luís Manuel da Cunha
; Fernandes, Ananda Maria
Data: 2011
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): criança; dor; cancro; enfermagem;
Descrição
Na Europa, estima-se que surjam, por ano, 14 novos casos de cancro em cada 100000 crianças com menos de 19 anos. Ao contrário do que acontece nos adultos, mais de três quartos destas crianças sobrevivem, o que levanta novos desafios à prevenção da dor crónica e à qualidade de vida deste grupo vulnerável. Durante a hospitalização por doença, a dor é o sintoma com maior prevalência, em resultado do tratamento ou da própria doença. Apesar das recomendações da Organização Mundial de Saúde sobre o alívio da dor do cancro nas crianças e da existência, hoje, de um notável corpo de evidências científicas sobre o controlo da dor, este permanece difícil devido, entre outros, à multidimensionalidade da experiência de dor e à complexidade da avaliação da dor oncológica nas crianças.
Não existem em Portugal estudos sobre a experiência de dor em crianças com cancro a partir dos quais, conhecida a prevalência, as características e o impacte da dor, se possam desenhar orientações mais ajustadas à realidade portuguesa. O objectivo geral do estudo é caracterizar as experiências de dor de crianças com cancro durante a hospitalização, quanto à localização, intensidade e qualidade da dor, ao impacte sobre o sono e à relação com a qualidade de vida.
Os resultados esperados permitirão investigar a eficácia de intervenções para o controlo da dor na população pediátrica portuguesa, bem como desenhar e avaliar programas de translação do conhecimento com impacte nas práticas de saúde, baseados nas evidências produzidas a nível nacional e no conhecimento da nossa realidade clínica e social, numa perspectiva comparada a nível internacional.