Autor(es):
Loureiro, Helena Maria Almeida Macedo
Data: 2014
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): Envelhecimento ativo; Reforma; Cuidados de saude primarios;
Descrição
O envelhecimento é um processo do desenvolvimento humano,
dotado de uma permanente homeostasia (Maturana & Varela, 1992),
que acompanha os indivíduos e as famílias ao longo do seu ciclo vital
(Alarcão, 2006; Hanson, 2005; Relvas, 2000; Stanhope & Lancaster,
2011). Resulta de uma constelação de factores biofisiológicos, psicológicos,
sociais e ecológicos, e é consequente do percurso de interacção
sistémica que os referidos factores vão estabelecendo entre si e com outros
sistemas do ambiente que se encontram inseridos (Bronfenbrenner,
1979).
No final da meia-idade, fase do ciclo vital que se faz acompanhar
por diversos fenómenos de envelhecimento, os indivíduos e as famílias
são frequentemente expostos a acontecimentos de vida de índole transicional
que poderão comprometer o seu processo de desenvolvimento.
Envolvendo uma conjuntura de mudança, da qual resultam alterações
para aqueles que eram os modelos de vida adoptados até à data, considera-
se que estes acontecimentos poderão constituir uma particular fonte
de vulnerabilidade não apenas para o mencionado processo de desenvolvimento
mas, e muito particularmente, para aquele que é o estado de
saúde individual e familiar (Meleis, 2012).
A "passagem à reforma" constitui um dos acontecimentos de transição
mais relevantes nesta fase do desenvolvimento humano. Responsável
por um inevitável processo de adaptação à mudança (Fonseca,
2011), os efeitos que poderão advir da vivência menos bem-sucedida
desta transição não se manifestam apenas nos indivíduos que a protagonizam,
mas são igualmente percepcionados por aqueles que são os seus
sistemas de primeira referência - as famílias (Loureiro, 2011a).