Autor(es):
Gonçalves, Ana Maria Pacheco Mendes Perdigão Costa
; Batalha, Luís Manuel da Cunha
; Campos, Diana Catarina Ferreira de
; Fernandes, Ananda Maria
Data: 2014
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): enfermagem; criança; cancro; dor;
Descrição
Introdução: Actualmente mais de 75% das crianças com doença oncológica irá sobreviver. No entanto, os tratamentos e a própria doença são complexos e agressivos tendo implicações na qualidade de vida.
Objectivo: Descrever a qualidade de vida em crianças dos 0 aos 18 anos em fase de tratamento de doença oncológica.
Metodologia: Foi realizada uma pesquisa em base de dados ... para identificação de estudos relevantes. Os dados foram extraídos por dois investigadores independentemente. A síntese dos dados foi realizada de acordo com os seguintes aspectos: característica da amostra; escalas utilizadas e dimensões contempladas; e resultados.
Resultados: Foram seleccionados 12 estudos primários que reportam dados de 1284 crianças com idades entre os 0-18 anos, e que foram realizados durante um período alargado de tratamento. Os estudos têm grande diversidade quanto ao desenho e aos instrumentos utilizados, tendo sido identificadas 8 escalas diferentes. A maioria dos estudos debruça-se sobre as dimensões física, emocional, cognitiva, social e sintomas associados. Os instrumentos foram preenchidos pelo cuidador principal ou pela criança.
Nas crianças estudadas, o cancro mais frequente diz respeito ao sistema hematológico.
A qualidade de vida durante o tratamento sofre variações, aumentando progressivamente ao longo das fases de tratamento. Encontrou-se uma relação negativa entre a intensidade de tratamento e complicações associadas e a qualidade de vida. Durante o tratamento a dor, a náusea e outros sintomas físicos são problemas importantes. De todas as dimensões estudadas, a psicossocial é aquela que parece ser menos afectada. As crianças com tumores sólidos apresentam maior risco de qualidade de vida baixa, sobretudo nas dimensões física e motora.
Conclusão: A heterogeneidade dos estudos torna difícil a generalização das conclusões. Ainda assim, é possível concluir que, no global, a baixa qualidade de vida das crianças com cancro, comparativamente com populações normativas continua a ser uma preocupação. A dimensão física é a mais afectada e a dimensão social a menos afectada.
A investigação futura nesta área deve considerar o uso de instrumentos padronizados que permitam a comparabilidade dos resultados.