Autor(es):
Batalha, Luís Manuel da Cunha
; Fernandes, Ananda Maria
; Campos, Diana Catarina Ferreira de
; Gonçalves, Ana Maria Pacheco Mendes Perdigão Costa
; Oliveira, Armando Luis Dinis Mónica
Data: 2014
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): enfermagem; dor; criança; qualidade de vida; cancro;
Descrição
Resumo
Desconhecer qual a qualidade de vida da criança e seus pais inviabiliza a conceção de intervenções que propiciem essa qualidade de vida.
O objetivo deste estudo foi em crianças com cancro descrever a sua qualidade de vida e de seus pais e a correlação entre ambas.
Estudo descritivo transversal que decorreu em dois serviços pediátricos oncológicos, envolvendo uma díade de 36 crianças e pais. Crianças com idades entre os 8 e os 18 anos foram selecionadas de forma consecutiva ao longo de 6 meses. No primeiro dia de internamento criança e um dos pais preencheram em simultâneo e de forma independente as versões de autorrelato (criança) e heterorrelato (pais) do PedsQL 3.0 Cancer Module. No tratamento estatístico foi usado o coeficiente de correlação de Spearman e a diferença estatisticamente significativa, se p< 0,05.
Participaram crianças com uma idade mediana de 13,5 (8 - 17) anos e pais com 42,9 (29-59) anos. A melhor qualidade de vida percecionada pelos pais estava relacionada com a dimensão comunicação77,5 (±20,6) e aparência física 70,6 ( ± 26,5) e nas crianças nas dimensões ansiedade nos tratamentos 83,1 (±25,8) e aparência física79,2 (±23,5). Os resultados mais baixos foram apurados na dimensão preocupação para criança e pais, respetivamente (43,0 ±28,2 e 43,5 ±31,6). A qualidade de vida reportada pelos pais 61,4 (±15,6) e criança 66,2 (±14,8) estava moderadamente correlacionada (r= 0,405; p< 0,05).
Apesar da reduzida dimensão da amostra este estudo parece demonstrar que a qualidade de vida percecionada pela criança e pais está correlacionada, mas globalmente poderá ser melhorada. Maior atenção deve ser dada pelos profissionais de saúde aos pais em relação a áreas particulares dos cuidados (preocupações e desconforto/dor).