Autor(es):
Simões, Isabel Maria Henriques
Data: 2014
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): Enfermagem; Mucosite;
Descrição
A mucosite oral é um dos principais efeitos secundários da administração de quimioterapia, com impacto a nível físico, a nível do bem-estar psicológico e consequentemente da qualidade de vida. A higiene oral é a principal forma de a prevenir e/ou de a minimizar, no entanto existem outras medidas que devem ser adoptadas, nomeadamente evitar alimentos ou bebidas agressivas à mucosa oral, hidratação dos lábios com hidratante hidrossolúvel e evitar o consumo de tabaco. Assim, definimos como objectivos desta investigação analisar os hábitos de higiene oral da pessoa com doença hemato-oncológica a realizar quimioterapia e identificar que outros comportamentos, além da higiene oral, adopta a pessoa com doença hemato-oncológica a realizar quimioterapia para prevenir e/ou minimizar a mucosite oral.
A amostra é constituída por 58 sujeitos com doença hematológica a realizar quimioterapia, internados num serviço de um hospital central.A recolha dos dados foi efectuadaentre os meses de Fevereiro e Maio de 2011. Foi delineada uma investigação quantitativa de natureza exploratória, transversal e correlacional. O instrumento de colheita de dados foi construído pelas autoras, dividindo-se em duas partes. Uma primeira parte, relativa aos dados sociodemográficos e clínicos e, uma segunda parte, em que são colhidos dados relativos aos comportamentos de prevenção e/ou minimização da mucosite oral.
Os resultados obtidos permitem-nos constatar que a pessoa com doença hemato-oncológica realiza a higiene oral não de forma adequada. No entanto, realiza alguns dos comportamentos que caracterizam uma correcta higiene oral de forma positiva, nomeadamente vezes por dia e tempo de escovagem.
No que diz respeito a outras medidas de prevenção e/ou minimização da mucosite oral foram encontradas percentagem baixas de adequação destas medidas, apenas o não consumo de tabaco apresentou uma percentagem elevada de adequação.
Em conclusão, consideramos que a forma como a mucosite é prevenida ou minimizada está longe de ser a correcta, pelo que os enfermeiros devem assumir a responsabilidade na capacitação da pessoa para a realização do autocuidado higiene oral e na adopção de outras medidas preventivas ou de minimização. Assim, consideramos que esta investigação permitiu desenvolver conhecimento numa área de intervenção autónoma de enfermagem ainda pouco estudada. Os resultados deste estudo permitem identificar áreas lacunares da intervenção de enfermagem orientadas para a definição de intervenções adequadas às reais necessidades da pessoa com doença hemato-oncológica a realizar quimioterapia.