Autor(es):
Ferreira, Paulo Alexandre Carvalho
; Parreira, Pedro Miguel Santos Dinis
Data: 2013
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): Genero; Qualidade dos cuidados; cardilogia;
Descrição
Introdução: É fundamental que o ser humano tenha os meios necessários para a satisfação das suas necessidades enquanto
pessoa recetora e emissora de cuidados de saúde. Em saúde deve ser compreendida a coexistência de circunstâncias de
índole pessoal e/ou profissional, que podem dificultar ou facilitar o profissionalismo e a satisfação dos utentes, no sentido
da procura da melhoria da qualidade dos cuidados e da promoção da saúde nestes contextos clínicos, onde a prevalência da
doença crónica e a mortalidade são altas.
Objetivos: Pretende-se identificar as diferenças de perceções da qualidade dos cuidados de saúde inerentes dos
profissionais e dos utentes consoante o género, no sentido de ajudar a melhorar os cuidados de saúde e de enfermagem,
desde a admissão até à preparação da alta, às pessoas com doença cardiovascular em contexto de internamento hospitalar.
Metodologia: Metodologia quantitativa. Estudo descritivo, analítico, transversal, correlacional. Um dos vários objetivos
da investigação realizada (Doutoramento), relativo a esta matéria, é conhecer a diferença dos padrões de qualidade dos
cuidados de saúde e de enfermagem percecionados pelos enfermeiros e doentes (homens e mulheres). Amostra: 132
utentes e todos os enfermeiros (61) de quatro serviços de contexto cardiovascular. Recolha da informação: Instrumento de
Avaliação da Qualidade Hospitalar (IAQH: Admissão, Cuidados Diários Hospitalares; Informação; Pessoal de Enfermagem;
Condições Alojamento; Alta; Opinião Geral) para os enfermeiros e para os doentes. Tratamento estatístico: SPSS (17.0).
Resultados: Dos 61 profissionais de saúde, 65,6% são do género feminino e 34,4% do masculino, do Serviço de Cardiologia
de um Hospital Universitário. É uma equipa jovem, sendo que a mediana situa-se entre os 25 e 30 anos, e a maioria são
casados (64%). Relativamente às características profissionais, a maioria são licenciados (91,8%) e graduados (64%); 42,6%
têm experiência profissional até 8 anos e 50,8% estão há menos de 7 anos a exercer funções no serviço atual. Dos 132
utentes, 78% são do género masculino e 32% do feminino. A maior incidência situa-se entre os 49 e os 74 anos (69,8%).
87,2% são casados; 22,6% tem um curso superior, destes 73,3% na área das ciências; 36,4% eram reformados. Os fatores
de maior qualidade percecionada pelos profissionais e doentes de ambos os géneros foram a qualidade do "Pessoal de
Enfermagem" e a "Qualidade dos Cuidados Diários no Hospital". As enfermeiras e os doentes (do género masculino)
percecionam maior qualidade dos cuidados.
Conclusões: As enfermeiras percecionam maior qualidade dos cuidados de saúde em todos os fatores que os enfermeiros,
à exceção do fator generalista "Opinião Geral". No que diz respeito aos doentes, a qualidade percecionada pelos doentes
(masculinos) é na generalidade superior à percecionada pelas mulheres doentes, à exceção da qualidade da "Admissão"
ao serviço (maior nas doentes).Os doentes (homens) percecionam maior qualidade que os enfermeiros e as doentes
percecionam melhor qualidade nos cuidados que as enfermeiras. Os doentes (homens e mulheres) têm médias mais
elevadas de qualidade dos cuidados de saúde que os enfermeiros e enfermeiras, à exceção do fator da qualidade da "Alta".
Palavras-chave: Género, Qualidade dos Cuidados Saúde, Cardiologia.
Referências bibliográficas: Benner, P. (2001). De iniciado a perito. Excelência e poder na prática clínica de enfermagem.
Coimbra: Quarteto Editora. Morgado, V. (2001). Qualidade em saúde: uma exigência do presente, um investimento no
futuro. Qualidade em saúde. (5). 13-15. Fortin, M.F. (2003). O processo de investigação: da concepção à realização. 3ª ed.
Loures: Lusociência. Pestana, M. & Gageiro, J. N. (2005). Análise de dados para Ciências Sociais: a complementaridade
do SPSS. Lisboa: Sílabo.