Autor(es):
Monteiro, Ana Paula Teixeira de Almeida Vieira 
Data: 2013
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): Grupos minoritários; Saúde mental; Crianças;
Detalhes do Documento
PROJETO (IN)DIFERENÇAS : Promoção de Saúde Mental em contexto escolar em crianç...
Descrição
A literatura reporta que crianças de grupos étnicos minoritários apresentam piores indicadores de saúde mental e riscos acrescidos de desenvolver perturbações psicoemocionais, quer na infância e adolescência,quer na vida adulta. Alguns programas de promoção da saúde mental em escolas o ensino básico têm mostrado efeitos positivos, incluindo uma melhor adaptação psicossocial e melhoria das dificuldades de aprendizagem ou problemas comportamentais. Apesar de previstos na legislação, em Portugal são escassos os programas estruturados que contemplem as necessidades específicas em saúde mental de crianças em idade escolar pertencentes a minorias étnicas e/ou crianças imigrantes. As intervenções pontuais neste domínio permitiram identificar algumas questões fulcrais: a inexistência de um diagnóstico aprofundado de necessidades específicas, a fragilidade de modelos de intervenção construídos sem ter em conta as especificidades multiculturais, a falta de sensibilidade cultural das equipas de saúde que intervêm em contextos comunitários, o fraco envolvimento dos actores-chave destes processos na construção de modelos e alternativas significativas e criativas de apropriação dos percursos existenciais de desenvolvimento pessoal. O objetivo deste Projecto-piloto foi conceptualizar, implementar e avaliar um Programa de Promoção de Saúde Mental culturalmente sensível em meio escolar, para crianças do ensino básico de grupos étnicos minoritários (crianças predominantemente crianças de etnia cigana e crianças imigrantes). O projecto foi desenvolvido na Escola Básica EB1 do Ingote (Coimbra) no âmbito de um ensino clínico de enfermagem de saúde mental comunitária, integrado no Centro de Saúde de Fernão de Magalhães, com a colaboração e estudantes da Licenciatura em enfermagem e estudantes de pós Licenciatura e Mestrado em Enfermagem de Saúde Mental da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. O projecto foi coordenado por um IR, professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e teve a colaboração de uma enfermeira do Centro de Saúde Fernão de Magalhães e em estreita colaboração com os professores das escolas. Iniciado no ano lectivo 2009/2010, o projecto envolveu crianças predominantemente de etnia cigana e imigrantes, a frequentar um percurso curricular alternativo, devido a insucesso escolar repetido, dificuldades na aprendizagem e contexto socioeconómico desfavorecido. Metodologicamente, foi desenvolvido um estudo diagnóstico preliminar para avaliar as necessidades de saúde mental. Seguiram-se intervenções diferenciadas nos anos 2010/2011, 2011/2012; 2012/2013, envolvendo um total de 70 crianças do 1º ao 4º ano de escolaridade, tenho sido também realizadas intervenções em crianças do pré-escolar. A compreensão mais detalhada de especificidades culturais relacionadas com a saúde mental dos grupos minoritários abrangidos pelo projeto foi realizada recorrendo a metodologias qualitativas. Foram realizados Focus Groups e entrevistas com crianças, famílias, elementos comunitários de referência e mediadores culturais das crianças abrangidas pelo estudo com professores e profissionais de saúde. Pretendeu-se com esta abordagem qualitativa uma melhor compreensão das representações sociais sobre saúde/doença mental, literacia para a saúde mental, estilos de vida, crenças e atitudes culturalmente demarcadas com impactos nos indicadores de saúde mental. Esta abordagem pretendeu ter em conta os pontos de vista de todos os intervenientes envolvendo-os através de uma estratégia de pesquisa-ação. O programa de promoção de saúde mental foi implementado em cada ano lectivo envolvendo vários focos e intervenção prioritária no desenvolvimento de competências pessoais - autoestima, inclusão, gestão de emoções, comunicação, combate ao estigma da saúde mental. Em cada ano lectivo foram implementados 12 módulos de sessões psicoeducativas, com estratégias múltiplas: jogos, filmes, trabalhos de grupo,técnicas de roleplaying, expressão artística, modelos de imaginação guiada e técnicas de relaxamento. As intervenções foram estruturadas tendo em conta a diversidade e as especificidades culturais das crianças envolvidas, usando modelos de linguagem adequados, num processo de avaliação contínua, numa perspectiva sistémica e integradora, em conjunto com as actividades curriculares. O envolvimento de múltiplos parceiros tem sido um elemento crucial para garantir uma correcta estruturação e implementação do programa. O projecto é baseado na colaboração entre a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (através da UICISA:E),o Centro de Saúde Fernão de Magalhães, o Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel Coimbra; a Escola Primária EB1 do Ingote, a Câmara Municipal de Coimbra e a Associação de Ciganos de Coimbra. Os resultados parciais têm sido divulgados através de publicações nacionais e internacionais.
A literatura reporta que crianças de grupos étnicos minoritários apresentam piores indicadores de saúde mental e riscos acrescidos de desenvolver perturbações psicoemocionais, quer na infância e adolescência,quer na vida adulta. Alguns programas de promoção da saúde mental em escolas o ensino básico têm mostrado efeitos positivos, incluindo uma melhor adaptação psicossocial e melhoria das dificuldades de aprendizagem ou problemas comportamentais. Apesar de previstos na legislação, em Portugal são escassos os programas estruturados que contemplem as necessidades específicas em saúde mental de crianças em idade escolar pertencentes a minorias étnicas e/ou crianças imigrantes. As intervenções pontuais neste domínio permitiram identificar algumas questões fulcrais: a inexistência de um diagnóstico aprofundado de necessidades específicas, a fragilidade de modelos de intervenção construídos sem ter em conta as especificidades multiculturais, a falta de sensibilidade cultural das equipas de saúde que intervêm em contextos comunitários, o fraco envolvimento dos actores-chave destes processos na construção de modelos e alternativas significativas e criativas de apropriação dos percursos existenciais de desenvolvimento pessoal. O objetivo deste Projecto-piloto foi conceptualizar, implementar e avaliar um Programa de Promoção de Saúde Mental culturalmente sensível em meio escolar, para crianças do ensino básico de grupos étnicos minoritários (crianças predominantemente crianças de etnia cigana e crianças imigrantes). O projecto foi desenvolvido na Escola Básica EB1 do Ingote (Coimbra) no âmbito de um ensino clínico de enfermagem de saúde mental comunitária, integrado no Centro de Saúde de Fernão de Magalhães, com a colaboração e estudantes da Licenciatura em enfermagem e estudantes de pós Licenciatura e Mestrado em Enfermagem de Saúde Mental da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. O projecto foi coordenado por um IR, professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e teve a colaboração de uma enfermeira do Centro de Saúde Fernão de Magalhães e em estreita colaboração com os professores das escolas. Iniciado no ano lectivo 2009/2010, o projecto envolveu crianças predominantemente de etnia cigana e imigrantes, a frequentar um percurso curricular alternativo, devido a insucesso escolar repetido, dificuldades na aprendizagem e contexto socioeconómico desfavorecido. Metodologicamente, foi desenvolvido um estudo diagnóstico preliminar para avaliar as necessidades de saúde mental. Seguiram-se intervenções diferenciadas nos anos 2010/2011, 2011/2012; 2012/2013, envolvendo um total de 70 crianças do 1º ao 4º ano de escolaridade, tenho sido também realizadas intervenções em crianças do pré-escolar. A compreensão mais detalhada de especificidades culturais relacionadas com a saúde mental dos grupos minoritários abrangidos pelo projeto foi realizada recorrendo a metodologias qualitativas. Foram realizados Focus Groups e entrevistas com crianças, famílias, elementos comunitários de referência e mediadores culturais das crianças abrangidas pelo estudo com professores e profissionais de saúde. Pretendeu-se com esta abordagem qualitativa uma melhor compreensão das representações sociais sobre saúde/doença mental, literacia para a saúde mental, estilos de vida, crenças e atitudes culturalmente demarcadas com impactos nos indicadores de saúde mental. Esta abordagem pretendeu ter em conta os pontos de vista de todos os intervenientes envolvendo-os através de uma estratégia de pesquisa-ação. O programa de promoção de saúde mental foi implementado em cada ano lectivo envolvendo vários focos e intervenção prioritária no desenvolvimento de competências pessoais - autoestima, inclusão, gestão de emoções, comunicação, combate ao estigma da saúde mental. Em cada ano lectivo foram implementados 12 módulos de sessões psicoeducativas, com estratégias múltiplas: jogos, filmes, trabalhos de grupo,técnicas de roleplaying, expressão artística, modelos de imaginação guiada e técnicas de relaxamento. As intervenções foram estruturadas tendo em conta a diversidade e as especificidades culturais das crianças envolvidas, usando modelos de linguagem adequados, num processo de avaliação contínua, numa perspectiva sistémica e integradora, em conjunto com as actividades curriculares. O envolvimento de múltiplos parceiros tem sido um elemento crucial para garantir uma correcta estruturação e implementação do programa. O projecto é baseado na colaboração entre a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (através da UICISA:E),o Centro de Saúde Fernão de Magalhães, o Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel Coimbra; a Escola Primária EB1 do Ingote, a Câmara Municipal de Coimbra e a Associação de Ciganos de Coimbra. Os resultados parciais têm sido divulgados através de publicações nacionais e internacionais.
Tipo de Documento
Outro
Idioma Português
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