Autor(es):
Hernandez, T.
; Madalena, C.
; Teixeira, P.
; Matos, P.
Data: 2004
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.16/550
Origem: Repositório Científico do Centro Hospitalar do Porto
Assunto(s): diagnóstico prénatal; refluxo vésico-ureteral; pre-natal hydronephrosis; vesicoureteric reflux.
Descrição
Objectivo: conhecer as características
e evolução do Refluxo vésicoureteral
( RVU) de diagnóstico pré-natal,
nas crianças vigiadas numa na Consulta
de Nefrologia Pediátrica nos último 10
anos.
Material e Métodos: entre Janeiro
de 1992 e Dezembro de 2002 foram
enviados à consulta 322 crianças com
diagnóstico pré-natal de uropatia malformativa.
Destas, 216 tinham critérios para
realizar Cistouretrografia miccional
seriada (CUMS) e 29 apresentaram RVU
primário (foram excluídos os casos de
RVU associados a duplicação do pieloureteral,
síndrome de junção ou válvulas
da uretra posterior).
Os parâmetros analisados neste
grupo de doentes foram: sexo, frequência
de infecção urinária, evolução ecográfica,
avaliação das lesões renais
através da gamagrafia renal com DMSA
e CUMS seriada.
Resultados: verificámos um predomínio
do sexo masculino, numa relação
de 4:1, e do RVU unilateral, num total de
41 Unidades refluxivas ( UR). A ecografia
pós-natal do rim homolateral foi normal
em 14/41 UR. A gravidade do RVU foi
maior no sexo masculino relativamente
ao feminino ( dos RVU graus IV e V, 13/
15 eram rapazes); a lesão renal difusa
predominou também nos rapazes: 10/11
casos.
Na maioria dos casos o RVU
revelou-se uma situação benigna: 26/41
das UR apresentavam RVU moderado,
27/41 não apresentavam lesões renais e
nas 21 crianças que repetiram a CUMS
o RVU regrediu completamente em 11
casos (8 dos casos de RVU moderado e
em 3 dos casos de RVU grave) e parcialmente
em 4.
Conclusão: os resultados do nosso
estudo mostram que a maioria das
crianças com RVU de diagnóstico prénatal
teve evolução favorável e apenas
em 20% dos casos foi necessário intervenção
cirúrgica. Os rapazes apresentaram
RVU mais grave e mais frequentemente
associado a lesão renal difusa e
necessitam, por isso, de atenção especial.
Os autores salientam a necessidade
de estudos cooperativos com amostras
de maior dimensão para o estabelecimento
de estratégias de orientação de
crianças com diagnóstico pré-natal de
uropatia malformativa.The aim of our study was to describe
the characteristics and outcome of prenatal
hydronephrosis confirmed postnatally
to be primary vesico-ureteric reflux (VUR).
Material and methods: we performed
a retrospective review of the files of
322 patients with prenatal detection of
urinary tract anomalies, followed between
January 1992 and December 2002. Two
hundred sixteen performed voiding
cystourethrography (VCU) and 29 presented
VUR (cases of VUR associated
to infravesical obstruction, duplex systems
or uretero-pelvic obstruction were
excluded). The parameters analysed
were: sex, frequency of urinary tract
infection (UTI), ultrassound evolution,
detection of renal scars through renal
scintigraphy with DMSA and serial VCU.
Results: Male infants predominated
(4:1). The reflux was bilateral in 12 cases,
so a total of 41 reflux units (RU) were
considered. The postnatal ultrasound was
normal in 14/41 cases. In boys the reflux
was often severe (13/15 of the VUR
grade IV and V were male) and associated
with diffuse renal damage (10/11).
However, fetal VUR revealed a relatively
benign disorder in most cases: 26/41
was mild grade, 27/41 did not present
renal damage and 11 showed total ( 8
cases with moderate VUR ansd 3 with
high VUR) and 4 parcial spontaneous
resolution.
Conclusions: The majority of
children with prenatal diagnose of VUR
had a favorable evolution and only 20%
needed a surgical approach. Boys
presented a more serious VUR which
was more often associated with diffuse
renal lesion and needed special attention.
The author's emphasided the need of
larger cooperative studies in order to
establish ther management of children
with prenatal diagnosis of fetal uropathy.