Autor(es):
Silva, A.
; Teles, A.
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.16/1566
Origem: Repositório Científico do Centro Hospitalar do Porto
Assunto(s): neofobias alimentares; “educação do gosto”; food neophobia; “taste education”
Descrição
RESUMO
Objetivo: Revisão da evidência científica do tema Neofobias
Alimentares (NA), focando os aspetos mais importantes da
sua aplicação na prática clínica.
Métodos de revisão: Pesquisa bibliográfica da literatura
em Inglês e Português, de Janeiro de 2001 a Fevereiro de 2012
através da Medline/Pubmed, sítios de Medicina Baseada na Evidência
e livros de texto de Fisiologia.
Resultados: O termo NA define-se como uma relutância na
aceitação de novos sabores.
O gosto por certos alimentos é um processo complexo que
se inicia no útero, continua com o aleitamento e permanece
pela vida fora. Embora exista influência de fatores genéticos,
estes podem ser influenciados por exposições precoces e repetidas
aos diferentes sabores, o que irá modular o paladar e
diminuir o risco de patologias futuras, nomeadamente obesidade
infantil.
A janela para habituação aos sabores é estreita e a rejeição
de alimentos introduzidos após os quatro anos é maior. A aceitação
de um novo sabor até aos cinco anos necessita frequentemente
de 10 a 15 exposições repetidas.
As emoções, aspetos sociais e processos digestivos, são
fatores influenciadores da aquisição do gosto.
Conclusões: As preferências gustativas são muito estáveis
e podem durar toda a vida, pelo que devemos dar uma especial
atenção às crianças e pais no processo de “educação do
gosto”. Ao dar à criança alguns alimentos preferidos juntamente
com os novos alimentos e ao manter a calma para as neofobias
temporárias, talvez seja a chave para o desenvolvimento das
preferências gustativas. Reforços negativos, nomeadamente
pressões, devem ser evitados, devendo-se valorizar os reforços
positivos. ABSTRACT
Objective: To review the scientific evidence of the theme
Food Neophobias (FN), focus on the most important aspects of
their application in clinical practice.
Review methods: A systematic review was performed for
papers published between January 2001 to February 2012, in
Portuguese/English, in the medical databases Medline/Pubmed,
Cochrane Library, National Guideline Clearinghouse, evidence-based medicine sites and Physiology text books.
Results: The term FN is defined as a reluctant acceptance
of new flavours.
The taste for certain foods is a complex process that begins
in utero, continues during breastfeeding and remains throughout
life. Although there is an influence of genetic factors, these can be
contradicted by early and repeated exposure to different flavours,
which will modulate the taste and will reduce the risk of future
diseases, including childhood obesity.
As the window for habituation to new flavours is thin, the
rejection of foods introduced after four years is higher. The acceptance of a new flavour up to five years often requires 10 to
15 repeated exposures.
Emotions, social aspects and digestive processes, are
factors that influence the acquisition of taste.
Conclusions: The gustatory preferences are very stable
and can follow up lifelong and we should pay particular attention
to children and parents in the “taste education” process. By giving
the child some favourite foods with new foods and to stay calm
for temporary neophobias, may be the key to the development of
taste preferences. The negative reinforcement, such pressures,
should be avoided, and the positive reinforcement should be
implemented.