Autor(es):
Almeida, R.
; Oliveira, A.
; Cleto, E.
; Cardoso, L.
; Vieira, L.
; Morais, L.
; Ferreira, N.
Data: 2003
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.16/1174
Origem: Repositório Científico do Centro Hospitalar do Porto
Assunto(s): Meningite; crianças; protocolos; dexametasona; restrição hídrica; Meningitis; children; protocols; dexamethasone; fluid restriction
Descrição
Objectivos: Caracterizar os casos
de meningite quanto à sua etiologia,
tratamento e evolução.
Doentes e Métodos: Estudo multicêntrico,
descritivo, retrospectivo (1 de
Janeiro de 2000 a 28 de Fevereiro de
2003) e prospectivo (1 de Março a 31 de
Julho de 2003) dos casos de meningite
ocorridos em crianças com idades compreendidas
entre 1 mês e 10 anos,
inclusive.
Resultados: Participaram neste
estudo 17 hospitais das zonas norte e
centro de Portugal. Foram incluídos 876
casos (802 do ramo retrospectivo).
Registaram-se 110 casos de meningite
bacteriana e 111 de meningite vírica
(sendo as restantes assépticas ou decapitadas).
O agente mais frequente de
meningite bacteriana foi o meningococo
seguido pelo pneumococo. A generalidade
dos casos foi medicada com uma
cefalosporina de 3ª geração isoladamente,
verificando-se um elevado nº de
crianças tratadas com dexametasona
(62%) e restrição hídrica (36%). Registaram-
se 18 casos de complicações agudas,
2 óbitos e sequelas permanentes
em 8 crianças. Em todos as meningites
víricas foi identificado um enterovírus.
Foram detectadas diferenças estatisticamente
significativas (p<0,05) entre estes
dois grupos (víricas vs bacterianas) em
relação à idade (<5 e ≥5 anos) à febre
(< 39,5 e ≥ 39,5ºC) e aos parâmetros
laboratoriais (contagem de leucócitos e
neutrófilos no sangue, PCR, contagem
de leucócitos e neutrófilos no LCR e
proteinorráquia).
Conclusões: A epidemiologia dos
casos esteve de acordo com o esperado,
bem como a escolha da terapêutica
empírica e a evolução. Em relação à
terapêutica adjuvante, a utilização de
dexametasona e o recurso à restrição
hídrica deverão ser repensadas. ABSTRACT
Objectives: To characterize cases
of meningitis about etiology, treatment
and evolution.
Patients and methods: Descriptive,
multicentric study with retrospective
and prospective arms (from January 2000
to July 2003) of the cases of meningitis
occurring in children aged between 1
month and 10 years.
Results: 17 hospitals from the north
and centre of Portugal participated in the
study and 876 cases were included (802
in the retrospective arm). 110 had bacterial
meningitis and 111 a viral origin (the
rest were considered aseptic or decapitated).
The most prevalent bacteria was
meningococci followed by pneumococci.
Almost all were treated with a third generation
cephalosporin, 62% were treated
with dexamethasone and 36% with fluid
restriction. Acute complications occurred
in 18 cases, 2 children died and 8 had
permanent sequelae. All the viral meningitis
were caused by enterovirus. Comparing
bacterial versus viral meningitis
statistical significant differences (p<0,05) were found between age (<5 and ≥5
years) and fever (< 39,5 and ≥39,5ºC)
and between laboratorial parameters
(leukocytes and neutrophils counts in
blood, C reactive protein, leukocytes and
neutrophils counts in CSF and proteins
in CSF).
Conclusions: These results are
within the expected range for epidemiologic,
treatment and follow-up issues.
The use of dexamethasone and fluid
restriction, widely used in this study,
should be reconsidered.