Autor(es):
Leal, E
; Pais Ribeiro, JL
; Oliveira, MM
; Roquette, J
Data: 2005
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.17/872
Origem: Repositório do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
Assunto(s): Bypass da Artéria Coronária; Avaliação da Dor; Dor Pós-Operatória; Percepção; Efeitos Adversos; HSM CAR; HSM CCT
Descrição
Objectivo: Identificar os factores psicossociais que influenciam a percepção da dor pós-operatória em doentes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM).
Material e Métodos: Estudo exploratório
correlacional de 91 doentes (71 homens e 20
mulheres) submetidos a CRM (pontagem
aortocoronária) por esternotomia. A idade
média era de 63,8 ± 9,6 anos (entre 39 e 84).
Foram utilizados os seguintes instrumentos:
Escala Analógica Visual às 24, 48 e 96 horas
do pós-operatório; Questionário de
Caracterização Demográfica; Mental Health
Inventory de 5 itens; Percepção de Saúde
Geral (SF-36); Escala de Expectativas de
Dor; Escala de Percepção de Apoio; Escala
de Expectativas de Auto-eficácia; Satisfação
com o tratamento, médicos e enfermeiros
(American Pain Society Questionnaire)
aplicados às 96 horas após a cirurgia.
Resultados: Os doentes que apresentaram
expectativas elevadas de dor, percepcionaram
maior apoio, apresentaram níveis elevados de
auto-eficácia para lidar com a dor ou, se
pertenciam ao sexo masculino, sentiram
menos dor. De igual modo, os doentes que
apresentaram melhor saúde mental,
percepcionaram a sua saúde como boa e os
doentes que expressaram maior satisfação
com o tratamento sentiram menos dor. A dor
não foi influenciada pela idade, grau de
escolaridade ou pela satisfação com a
conduta de médicos e enfermeiros.
Conclusão: Após as primeiras 48 horas do
pós-operatório, a experiência de dor é
influenciada por factores psicossociais, em particular pela expectativa de dor,
expectativa de auto-eficácia, apoio percebido, percepção da saúde geral, percepção de saúde mental e satisfação com o tratamento para a dor. Perante os resultados, evidencia-se a necessidade de conjugar conhecimentos no sentido de dar respostas mais alargadas e de carácter multidisciplinar no tratamento da dor pós-operatória em CRM devendo, a par de outros aspectos, focar-se na gestão das
expectativas dos doentes.