Autor(es):
Abegão Pinto, L
; Ferreira, J
; Patrício, M
; Rios, C
; Cunha, JP
; Marques-Neves, C
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.17/345
Origem: Repositório do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
Assunto(s): Pressão Intracraniana; Glaucoma de Ângulo Aberto; Nervo Óptico; CHLC OFT
Descrição
Introdução: A pressão intra-craniana (PIC) tem sido descrita como estando envolvida no glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA). A sua avaliação está contudo limitada pela necessidade de métodos invasivos, como a punção lombar. A ecografia ocular permite uma avaliação indirecta da PIC através da medição do diâmetro da bainha do nervo óptico (NO). Desconhece-se se esta nova variável tem capacidade de modular factores de risco normalmente investigados em
doentes com GPAA.
Objectivo: Avaliar o impacto do diâmetro da bainha do NO na pressão intra-ocular (PIO) e na amplitude de pulso ocular (OPA) de doentes com GPAA.
Métodos: Quinze doentes com GPAA foram submetidos a medição da PIO por tonometria de
contorno dinâmico, avaliação topográfica do disco óptico e ecografia ocular modo B com sonda doppler. Apenas o olho com maior dano glaucomatoso foi seleccionado por doente.
Resultados: A média do diâmetro da bainha do NO foi de 5,6±0,67mm, a PIO média de
17,8±2,2mmHg e a OPA de 3,1±1,7mmHg. O diâmetro da bainha do NO correlacionou-se
negativamente a OPA (r=-0.54, p=0.05), não tendo influenciado a PIO (r=-0,25, p=0,41). Da avaliação hemodinâmica, apenas o índice de resistência da artéria central da retina (CRA) foi influenciado pelo diâmetro da bainha do NO (r=-0.52, p=0.04).
Conclusão: O diâmetro da bainha do NO correlaciona-se negativamente com a OPA. Este efeito poderá ser explicado pela alteração da resistência vascular da artéria que atravessa este espaço subaracnoideu,
a CRA. O estudo da região retrobulbar e do balanço entre as pressões aí exercidas é
assim um campo cuja importância será crescente na avaliação do doente com GPAA.