Author(s):
Francisco, T
; Queirós, G
; Casimiro, A
; Conde, M
; Brito, MJ
Date: 2012
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.17/1287
Origin: Repositório do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
Subject(s): Comunicação; Pais; Pediatras; Informação; HDE PED
Description
Introdução: Durante um internamento podem ser necessários procedimentos diagnósticos e terapêuticos, e as crianças e os pais contactam com vários profissionais de saúde. Será que as informações fornecidas pelos médicos são suficientes e claras?
Objectivos: Avaliar a opinião dos pais relativamente às informações fornecidas pelos médicos e a influência que podem ter
factores socioeconómicos e culturais na compreensão destas informações.
Métodos: Recolheram-se dados demográficos e avaliou-se o grau de conhecimento sobre o diagnóstico, exames e tratamentos, data da alta, nome do médico assistente e opinião
quanto à clareza e frequência das informações.
Resultados: Considerámos 300 entrevistas. A maioria dos pais tinha uma correcta percepção sobre o diagnóstico(74,8%), tratamento (70,3%) e exames realizados (78,0%), mas apenas 18,7% sabiam a data provável da alta. Em 65,0% dos casos as informações tinham sido fornecidas pelo médico responsável e a maioria considerou a informação clara(87,0%) e suficiente (81,0%).
Em serviços de Cirurgia registou-se uma melhor informação relativamente ao diagnóstico (80,4% vs 69,9%, p=0,042) e
nome do médico responsável (70,6% vs 55,5%, p=0,008). Os entrevistados com maior escolaridade conheciam melhor o
médico (70,4% vs 56,6%, p=0,016) e os tratamentos efectuados às crianças (79,6% vs 69,8%, p<0,001). Os pais de nacionalidade portuguesa e de meio socioeconómico
mais elevado conheciam melhor o diagnóstico
(79,7% vs 61,8%, p=0,004), (80,7% vs 65,7%, p=0,007) e tratamento (76,3% vs 50,0%, p<0,001), (81,3% vs 49,0%, p=<0,001). Adicionalmente, o grupo socialmente mais diferenciado conhecia melhor o médico responsável (55,9% vs 67,7%, p=0,050). Quando as informações eram transmitidas
pelo médico responsável os entrevistados consideravam-nas mais claras (92,3% vs 81,1%, p=0,001) e suficientes (89,7%
vs 64,2%, p<0,001).Conclusão: Este estudo identifica a importância do médico
assistente na comunicação com os pais das crianças e a necessidade de adequar a informação ao nível sociocultural da família ao longo do internamento.