Autor(es):
Martins, JD
; Ewert, P
; Sousa, L
; Freitas, I
; Trigo, C
; Jalles, N
; Matos, P
; Agapito, A
; Cruz Ferreira, R
; Pinto, MF
Data: 2010
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.17/1210
Origem: Repositório do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
Assunto(s): Implante de Prótese de Válvulas Cardíacas; Estudos Prospectivos; Stent; HSM CAR; HSM CAR PED
Descrição
Os doentes com cardiopatias submetidos a
intervenção cirúrgica com implantação de
condutos entre o ventrículo direito e a
artéria pulmonar (VD-AP) podem desenvolver estenose e/ou insuficiência pulmonares ao longo do tempo. Nestas situações, associadas a arritmias cardíacas, disfunção ventricular direita e morte súbita, a re-intervenção cirúrgica permanece um desafio pela complexidade, mortalidade e morbilidade significativas. A implantação percutânea de válvulas pulmonares (IPVP), recentemente desenvolvida, representa uma abordagem alternativa para estes doentes.
Objectivo: Reportar a experiência inicial
com a IPVP, analisando o seu impacto no
manejo destes doentes.
Material e Métodos: Avaliação prospectiva
dos dados clínicos, ecocardiográficos, da
ressonância magnética, hemodinâmicos e
angiográficos dos doentes submetidos a
IPVP.
Resultados: Seis doentes em classe
funcional igual ou superior a II com
disfunção do conduto VD-AP foram submetidos a IPVP. Tinham todos evidência de insuficiência e 5/6 de estenose. O
procedimento consistiu na implantação de
stents não cobertos no conduto para reforçar
a sua rigidez e prevenir fracturas dos stents valvulados pulmonares Melody ® (Medtronic), que foram em seguida implantados com sucesso em todos. Obteve-se uma redução da pressão ventricular direita (94±27 para 44±7mmHg), da relação entre a pressão ventricular direita e esquerda (94±27 para 44±7%), do gradiente do conduto (65±28 para 11±4mmHg) e ausência de regurgitação pulmonar. O procedimento teve uma duração mediana de 180 minutos e decorreu sem complicações major. Os doentes tiveram alta em mediana dois dias após o procedimento.
Na última avaliação, em mediana 7,8 meses
após o procedimento, os doentes encontramse
em classe funcional I (5) ou II (1), sem
evidência não invasiva de disfunção do
conduto.
Conclusões: Os nossos resultados
acompanham a experiência actual com esta
modalidade terapêutica, com excelentes
resultados nestes grupo de doentes
complexos. A implementação da IPVP em
doentes com cardiopatia congénita que
requerem re-intervenção no tracto de saída
do ventrículo direito tem-se revelado uma
técnica promissora, embora complexa,
alternativa a mais uma intervenção cirúrgica.