Autor(es):
Ferreira, Ana Silvina de Sousa Ribeiro
; Veloso, João
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10216/23204
Origem: Repositório Aberto da Universidade do Porto
Assunto(s): Fonologia; Fonologia lexical
Descrição
No presente trabalho, propomo-nos analisar a flexão de número dos nomes terminados em ditongo nasal em português europeu à luz da Fonologia Lexical. O nosso estudo pretende discutir o estatuto fonológico do ditongo nasal e da vogal nasal presente nos nomes em português europeu, identificar o processo fonológico responsável pela derivação de ambos e verificar se a pluralização dos nomes terminados em ditongo nasal é um fenómeno regular, apesar da variedade de manifestações de superfície, e previsível a partir das formas teóricas de base. Dado que na flexão de número dos nomes terminados em ditongo nasal em português europeu se regista uma interacção entre processos morfológicos e fonológicos, optámos pelo modelo teórico da Fonologia Lexical. Concluímos que o processo de nasalização por estabilidade, que opera no pós-léxico, gera o ditongo nasal e a vogal nasal. De acordo com este processo, a nasal subespecificada é desassociada, por não possuir traços articulatórios, dando origem a um autossegmento nasal que é preservado como flutuante, graças ao efeito da estabilidade, um dos princípios da Fonologia Autossegmental, até ser reassociado ao núcleo de onde percola até atingir as vogais que o compõem. Após termos analisado um corpus de x palavras, constatámos que a pluralização dos nomes terminados em ditongo nasal é um fenómeno regular e previsível a partir das formas teóricas de base. Todavia, as formas do singular das palavras com vogal temática –e revelam uma aparente excepcionalidade, uma vez que a forma de superfície do singular não preserva a forma teórica do radical ou do tema da palavra (*pã(e), *leõ(e)). Cremos que a fusão das três terminações do singular numa só resulta da influência analógica da alternância mais frequente, /ano/ [ɐw].(...)