Autor(es):
Almeida, José Domingues de
Data: 2004
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10216/10868
Origem: Repositório Aberto da Universidade do Porto
Assunto(s): Literatura belga - Estudos críticos
Descrição
Este estudo visa uma contextualização histórico-crítica, identitária e geográfica da prosa narrativa de três autores belgas francófonos contemporâneos (Conrad Detrez, Eugène Savitzkaya e J-Cl. Pirotte). Funda-se essencialmente nas intuições prospectivas avançadas por Marc Quaghebeur no início dos anos oitenta, as quais punham a ficção belga em contacto com a História, nomeadamente a história pessoal. Para tal este trabalho sistematiza, por um lado, o estado do romance contemporâneo de língua francesa; por outro lado, a especificidade problemática da ficção belga e, por fim, o conceito paradoxal de autoficção. Os três romancistas e suas obras romanescas vêem-se confrontados e questionados sob o prisma dessas três noções problemáticas. No caso de C. Detrez, o autor debruça-se essencialmente sobre o corpus autoficcional delimitado pela «autobiographie hallucinée». Quanto a E. Savitzkaya, o estudo aborda a escrita moderna (de Mentir a Les Morts sentent bon) e confronta-a ao modo pós-moderno e oscilatório da última ficção deste escritor (Un jeune homme trop gros. En vie). No que diz respeito a J-CL. Pirotte, a abordagem do autor alicerça-se antes de mais, no lirismo particular da prosa deste romancista inclassificável (La Pluie à Rethel, Sarah, feuille morte). O autor serve-se do conceito de «mitoyenneté» (contiguidade) para sublinhar, nesses romancistas, a intersecção de duas épocas estéticas (modernidade - pós-modernidade), de dois pólos identitários (ficção e biografia) e de duas referências geográficas e simbólicas (aqui e outro lugar; Bélgica e Paris)