Autor(es):
Santos, P. C.
; Mendonça, Denise
; Alves, Odete
; Barbosa, Alcindo
Data: 2006
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.22/1526
Origem: Repositório Científico do Instituto Politécnico do Porto
Assunto(s): Incontinência urinária de stresse; Gravidez; Parto; Stress urinary incontinence; Pregnancy; Delivery
Descrição
Introdução: A Incontinência Urinária (IU) feminina é um importante problema de saúde
pública, quer pela sua elevada prevalência, quer pelo elevado impacte físico, psíquico
e social na vida da mulher. O objectivo deste estudo foi determinar a prevalência, o
impacte da Incontinência Urinária de Stresse (IUS) antes e durante a gravidez em
parturientes do distrito de Viana do Castelo e determinar a percentagem de mulheres
que procura apoio de um profissional de saúde para o seu problema.
Método: Realizou-se um estudo transversal considerando uma amostra representativa
do distrito, constituída por 336 mulheres, cujo parto ocorreu no Hospital de Santa
Luzia, no período compreendido entre 15 de Janeiro a 29 de Março de 2002. Todas as
mulheres foram submetidas a um questionário no pós-parto hospitalar.
Resultados: A prevalência da IUS, definida como Alguma vez teve perda de urina
durante a realização de um esforço? foi de 5,4% (IC 95%: 3,0-7,8) antes da gravidez e
51,5% (IC 95%: 46,1-56,9) durante a gravidez actual. Os factores associados à ocorrência
da IUS antes da gravidez foram a multiparidade (OR=9,96), a presença de diabetes
(OR=4,61) e obesidade (OR=4,76), e à IUS durante a gravidez foram a multiparidade
(OR=1,66), a diabetes (OR=2,62) e a obstipação (OR=1,73). A grande maioria (88,9%)
das mulheres com IUS sente-se incomodada por se sentir húmida, 48,5% sente-se
nervosa ou ansiosa e 57,3% tem medo que os outros se apercebam do odor. Durante a
gravidez, apenas menos de metade das mulheres que tiveram perdas de urina procurou
apoio de um profissional de saúde, apesar de a maioria ter interesse em tratar o problema.
Conclusões: A IUS afecta um grande número de mulheres deste distrito antes e durante
a gravidez. A IUS tem reflexos em várias dimensões da saúde, sendo o bem-estar físico
e emocional os mais afectados, mas apenas uma pequena percentagem de mulheres
revela o seu problema de IUS a um profissional de saúde. Perante esta evidência tornase
importante que os profissionais de saúde conheçam esta realidade e se preocupem
em dar resposta a estes problemas de saúde. Introduction: Female Urinary Incontinence (UI) is a major public health issue given its
high prevalence and its physical, psychological and social impact on women’s lives.
The aim of this study was to determine the prevalence and impact of Stress Urinary
Incontinence (SUI) before and during pregnancy in parturients from the Viana do
Castelo district.
Methods: A cross-sectional study was carried out considering a representative sample
of the district comprising 336 women who gave birth in the Santa Luzia Hospital
between 15th January and 29th March 2002. A questionnaire was submitted to all the
women during the postpartum period at hospital.
Results: The prevalence of SUI, defined as Have you ever experienced urine loss
while performing an effort? was of 5.4% (IC 95%:3.0-7.8) before pregnancy and 51.5%
(IC 95%:46.1-56.9) during the current pregnancy. The factors associated with the
occurrence of SUI before pregnancy were multiparity (OR=9.96), diabetes (OR=4.61)
and obesity (OR=4.76), and with SUI during pregnancy were multiparity (OR=1.66),
diabetes (OR=2.62) and constipation (OR=1.73). The vast majority (88.9%) of women
suffering from SUI feel uncomfortable as they feel wet, 48.5% feel nervous or troubled
and 57.3% fear that others may notice the smell. During pregnancy, only less than half
of the women who experienced urine loss sought help from a healthcare professional,
although the majority was interested in having this problem treated.
Conclusions: SUI affects a great number of women from the district before and during
pregnancy. SUI is reflected in many aspects of health and mostly affects physical and
emotional well-being, but only a small percentage of women reveal the burden of SUI
to a healthcare professional. In the face of such evidence, it turns out very important
for healthcare professionals to be aware of this reality and concerned to give response
to this healthcare problem.