OS MUSEUS E O SONHO: panorama museológico brasileiro no século XIX e início do ...

• Author(s): Chagas, Mário
• Date: 1999
• Persistent ID: http://hdl.handle.net/10437/3698
• Origin: ReCiL - Repositório Científico Lusófona
• Subject(s): MUSEOLOGIA; MUSEUS; MÁRIO DE ANDRADE; MUSEUS BRASILEIROS; MUSEOLOGY; MUSEUMS; BRAZILIAN MUSEUMS
• Document Type: Article
• Language: Portuguese

Description

Museus, arquivos e bibliotecas espalhados por todo o mundo. Monumentos erguidos nas mais distantes cidades. Festas e exposições nacionais e internacionais celebrando datas, fatos e acontecimentos prodigiosos desvinculados de causas e conseqüências, mas capazes de criar uma dramaturgia própria, uma teatralização de memória. Como sugere J. Le Goff (1984: 37) o século XIX assistiu a uma verdadeira “explosão do espírito comemorativo”. É dentro desse espírito que os museus proliferam e alcançam o século XX (Suano[1986: 49]). Naquele momento, o que acontecia no cosmos europeu, refletia-se, de algum modo, no Brasil. Não é de hoje que olhamos o mar; não como quem medita no eterno movimento ou nas águas genésicas do parto, mas como quem aguarda o retorno do amor estrangeiro que partiu e que, oxalá!, há de voltar com uma caravela de notícias religando-nos à rede e à nova ordem mundial. Olhamos o mar (de costas pro rio) como quem sonha no exílio com a terra que “tem palmeira” e “canto de sabiá”.