Author(s):
Almeida, Maria do Rosário de Matos Gaspar
Date: 2012
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10437/3275
Origin: ReCiL - Repositório Científico Lusófona
Subject(s): EDUCAÇÃO; BULLYING; GESTÃO ESCOLAR; EDUCATION; SCHOOL MANAGEMENT
Description
“Violência entre pares” e “maus tratos entre iguais” são as expressões portuguesas
mais utilizadas para definir o bullying. Independentemente do termo utilizado, a verdade é
que estamos perante um fenómeno mundial crescente e alarmante entre os estudantes. A
violência gerada nas escolas acarreta consequências graves nos jovens e mina o ambiente
escolar. A complexidade do fenómeno bullying exige um esforço coletivo de prevenção e
intervenção. Identificar o que está errado; conhecer os tipos de agressividade mais comuns;
entender o tipo de relações entre pares; estreitar as relações com a família e desenvolver
projetos de intervenção e prevenção na escola são os objetivos principais deste trabalho.
Para analisarmos este fenómeno, começámos por realizar um inquérito em duas
escolas da cidade de Lisboa com o intuito de saber quem são os intervenientes; que tipos
de bullying são mais utilizados e com que frequência; se houve participação das agressões
e possíveis consequências; qual o papel de cada um face ao bullying; se existem diferenças
entre géneros e qual a imagem que os jovens têm de si próprios. A análise dos dados
permitiu-nos concluir que este fenómeno existe e de uma forma bastante expressiva. Dos
192 estudantes inquiridos, apenas 36 não assumem qualquer papel, sendo que 13% dos
jovens assumem-se como vítimas, 18,2% como agressores e 10,9% admitem ser,
simultaneamente, vítimas e agressores. Por outro lado, 39,1% assume o papel de
testemunha. Os tipos de violência mais praticados, segundo as vítimas, são mistos, isto é,
violência física, psicológica e roubo ou quebra de objetos pessoais (24%). Quanto aos
agressores, 40% assume que utiliza preferencialmente a violência psicológica em relação à
física (25,7%). O recreio surge como o local onde a maioria das agressões acontece (44%).
Quanto ao facto dos jovens fazerem, ou não, queixa, 56% dos jovens afirma que não faz e
os que apresentam queixa consideram que não há qualquer consequência (72,7%).
Assim, tornou-se evidente que deve haver uma intervenção eficaz no combate ao
bullying. Para tal, elaborámos um plano de intervenção e prevenção, utilizando os recursos
disponíveis e desenvolvendo ações em que todos os elementos da comunidade possam
intervir. A direção da escola tem um papel fulcral neste projeto pois é a ela que cabe a
gestão da escola e a possibilidade de permitir desenvolver as estratégias planeadas. Mas a
complexidade do fenómeno bullying exige um esforço coletivo de prevenção e intervenção Orientadora : Ana Paula Silva