Autor(es):
Arnaut, Ana Cristina
; Monteiro, Isabel Maria
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10437/2848
Origem: ReCiL - Repositório Científico Lusófona
Assunto(s): EDUCAÇÃO; NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS; EDUCAÇÃO ESPECIAL; INCLUSÃO ESCOLAR; EDUCATION; SPECIAL EDUCATIONAL NEEDS; SPECIAL EDUCATION; SCHOOL INCLUSION
Descrição
O principal objetivo da escola é – ou, pelo menos, deveria ser – desenvolver cidadãos
conscientes dos seus deveres e dos seus direitos, dotando-os de autonomia e de sentido crítico, de
ferramentas que lhes permitam, mais tarde, contribuir de forma plena, cívica e responsável, para o
desenvolvimento da sociedade em que se inserem. No entanto, a escola continua agarrada a práticas
ultrapassadas que não se compadecem com a diversidade que acolhe diariamente.
O controlo do Estado também ajuda a que a autonomia, que se diz ser dada às escolas, acabe
espartilhada pelas decisões tomadas e impostas pela tutela, o que vem coartar a existência de uma
escola verdadeiramente democrática, intercultural e inclusiva. Sendo a nossa linha de intervenção a
Educação Especial, será neste âmbito que iremos fazer incidir a nossa comunicação, recorrendo a
factos de um passado algo recente que ajudaram a cimentar o presente e que nos levam à necessidade
de preparar o futuro, numa perspetiva de correção de pontos vitais para o cumprimento da verdadeira
inclusão, escolar e social.
A inclusão orienta para o respeito a ter pelas diferenças individuais, pressupondo diversidade
curricular e de estratégias de ensino - aprendizagem. Assim, exige-se à escola que aperfeiçoe as suas
práticas a fim de atender às diferenças, o que implica trabalho em muitas frentes, capaz de a orientar
na direção de um ensino de qualidade e, consequentemente, inclusivo.
Para se criar um ambiente inclusivo, na plena aceção da palavra, para além de recursos
humanos, recursos materiais, tempo para planificação e consultoria, é necessário investir na
construção de currículos adequados, capazes de dar resposta às diferentes problemáticas.
Na nossa prática pedagógica diária, tendo em conta a área muito específica em que atuamos,
uma das nossas preocupações prende-se com a construção de currículos para alunos cujos défices
intelectuais não lhes permitem aceder às aprendizagens curriculares comuns, currículos que os dotem
de competências e saberes fundamentais para o seu futuro, tornando-os o mais autónomos e
autossuficientes possível, conduzindo-os à máxima integração social, capazes de atingir um estatuto
igual ao dos outros membros da comunidade. Deste modo, entendemos que um currículo bem
estruturado constitui o motor de arranque para a inclusão, além de que facilita a implementação do
mesmo e permite, ainda, uma verdadeira consecução dos objetivos nele definidos.