Autor(es):
Pimenta, Maria Filomena Ferreira Rodrigues
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10437/2845
Origem: ReCiL - Repositório Científico Lusófona
Assunto(s): EDUCAÇÃO; SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO; ALUNOS; PROFESSORES; RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO; EDUCATION; SOCIOLOGY OF EDUCATION; STUDENTS; TEACHERS; TEACHER-STUDENT RELATIONSHIP
Descrição
A vida nas sociedades democráticas é complicada, não só pela complexidade das relações, como
também pela heterogeneidade dos alunos; mas, sobretudo, pela conflitualidade sistemática. No
entanto, este clima de tensão não pode ser encarado como uma causa perdida; deve ser enfrentado de
forma colegial e capaz.
A heterogeneidade da população escolar; a falta de formação dos professores (sobretudo, em
áreas de grandes necessidades atuais, como a indisciplina e a insegurança); e a falta de meios
conduzem a situações de adormecimento escolar, onde a colaboração entre pares é considerada quase
interdita, na medida em que o dar-se conhecer, demonstra fragilidade por parte do docente. E se estes
profissionais não colaboram entre si, as dificuldades na lecionação vão surgindo (também o seu malestar),
com a agravante, ainda, do aparecimento da indisciplina e do abandono escolares, por parte dos
alunos. Nestas escolas, onde dominam «os silêncios», o que os professores e os alunos fazem, é
defenderem-se uns dos outros de situações litigiosas para se protegerem, optando por mecanismos
próprios que mantêm as fronteiras e salvaguardam-se da violência.
Por isto tudo que temos vindo a expor, a escola, que conhecemos, continua a ser um espaço de
transmissão de conhecimentos e de produção de comportamentos estandartizados (tal como era a
escola tradicional), o que colide com o mundo atual, que é plural e exige que participemos ativamente
na recriação dos saberes que recebemos; que construamos consensos e que assumamos uma postura
mais exigente face a nós e aos outros.