Descrição
Introduction/Aims: Osteogenesis imperfecta (OI) is a genetic disorder characterized by bone fragility and osteopenia. Treatment involves a multidisciplinary approach and aims to improve the quality of life. The authors aimed to describe the characteristics of a sample of children with OI, to evaluate the treatment and clinical outcome before and after therapy. Material and Methods: An observational, longitudinal, retrospective and analytic study based on data obtained from the analisys of the clinical files of all patients with OI included in the pamidronate treatment protocol in Dona Estefânia’s Hospital. The studied variables were: gender, age at diagnosis, familiar history of OI, age at fracture, fracture location, number of fractures, medical/surgical therapy, age at onset of treatment, number of courses of medical therapy, age at surgical treatment and its complications. A five percent statistics significance level was adopted. Results: in 21 patients, 61.9% were male and 11 had its OI type registered (five type I, three type III, three type IV). The average age of diagnosis was 20.6 months and there were two diagnostic peaks: the first month - 37%, and 24 months - 26%. On average patients had 0.62 fractures/patient/year, of which 17.4% in the perinatal period and 62% before age three. Most of the fractures occurred in the lower limbs (55.6%). All patients underwent medical treatment, starting at an average of 4.3 years. In follow-up sample (n=14) there was a decrease in the number of fractures after starting treatment with pamidronate (0.76 to 0.35 fractures/patient/year). Intramedullary rods were placed in nine patients (64.3%). In eight patients they were placed in the femur, four unilateral and four bilateral, with no prior history of fracture in three cases. There were no new fractures in the surgically treated bones. Conclusion: OI is a disease with a wide clinical variability that mainly depends on its type. Despite no cure has been found, medical treatment with biphosphonates and surgical treatment, with intramedullary rods, seems to reduce the incidence of new fracture occurrence. Introdução/Objectivos: A osteogénese imperfeita (OI) é uma doença genética caracterizada por fragilidade óssea e osteopenia. O tratamento implica uma abordagem multidisciplinar e tem como objectivo a melhoria da qualidade de vida. Os autores pretendem descrever as características de uma amostra de crianças com OI, avaliar o tratamento realizado e a evolução clínica pré e pós terapêutica. Material e Métodos: Estudo observacional, longitudinal, retrospectivo e analítico, com base nos dados obtidos da consulta dos processos de todos os doentes com OI incluídos no protocolo de tratamento com pamidronato no Hospital Dona Estefânia. As variáveis estudadas foram: sexo, idade de diagnóstico, antecedentes familiares de OI, idade de fractura, localização da fractura, número de fracturas, terapêutica médica/cirúrgica, idade de início do tratamento médico, número de ciclos de terapêutica médica, idade da terapêutica cirúrgica, complicações da terapêutica cirúrgica. Adoptou-se um nível de significância de 5%. Resultados: De 21 doentes, 61,9% eram do sexo masculino e 11 tinham registado o diagnóstico do tipo de OI (cinco do tipo I, três tipo III, três tipo IV). A idade média de diagnóstico foi de 20,6 meses, verificando-se dois picos diagnósticos: no primeiro mês – 37%, e aos 24 meses - 26%. Em média os doentes apresentaram 0,62 fracturas/doente/ano, 17,4% das quais no período perinatal e 62% antes dos três anos de idade. A maioria das fracturas ocorreu nos membros inferiores (55,6%). Todos os doentes realizaram tratamento médico, com início em média aos 4,3 anos. Na amostra com seguimento (n=14) verificou-se diminuição no número de fracturas após o início do tratamento com pamidronato (de 0,76 para 0,35 fracturas/doente/ano). Foram colocadas cavilhas endomedulares em nove doentes (64,3%). Em oito doentes foram colocadas nos fémures, quatro unilaterais e quatro bilaterais, não existindo antecedentes de fractura em três casos. Não se registaram novas fracturas nos ossos encavilhados. Conclusão: A OI é uma doença com uma ampla variabilidade clínica que depende maioritariamente do seu tipo. Apesar de não existir tratamento curativo, o tratamento médico com bifosfonatos e o tratamento cirúrgico, com colocação de cavilhas endomedulares, parece reduzir a incidência de novas fracturas.