Descrição
Objective: TThis study aims to describe psychosocial status in lower limb amputees referred to a Physical and Rehabilitation Medicine (PRM) department of a central Portuguese Hospital. Methods: Cross-sectional study of 45 consecutive patients with lower limb amputation, referred to PMR consultation after hospital discharge. Of the initial sample, two patients were excluded from the analysis, and four patients refused to participate in the study. The socio-demographic, medical and surgical history were obtained through structured questionnaire, and clinical information regarding the characteristics of the amputation was abstracted from medical records. Functional capacity was assessed with the Amputee Mobil- ity Predictor (AMP), quality of life through short-form 36 (SF36), and depressive and anxious symptoms by the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Results: Out of 39 patients analyzed, 32 (82.1%) were men, aged [average (standard deviation): 67, 6 (12.57)] years, 28 (71.8%) were married, 30 (76.9%) were retired, 3 (7.7%) were unemployed, 4 (10.3%) were on sick leave, and 2 (5.1%) were active. Regarding the cause of amputation, 36 (92.3%) were of vascular etiology, 1 (2.6%) caused by an infection, and 2 (5.1%) due to bone tumours, 23 (59%) had a transfemoral amputation, 10 (25.6%) had a transtibial amputation, and 6 (15.4%) had foot amputations of the foot. In the sample studied, 14 (35.9%) had pathological levels of anxiety (HADS-anxiety ≥ 8) and 15 (38.5%) had clinical depression (HADS- depression ≥ 8). The evaluation of quality of life and general perception of health status, showed lower than average score especially in the physical dimensions with a physical component summary score of the SF36 [P50 (P25-P75): 31.4 (26.8-39.4)], and in the mental component summary of SF36 [P50 (P25-P75): 41.9 (31.8-48.3)]. In this sample, the data showed the AMP score [P50 (P25-P75): 8 (4-16)], ranging from 0 to 27. Conclusion: This sample has a high prevalence of depressive/anxious symptoms. Considering that these mood changes have a major impact on the adherence to the rehabilitation program, functional outcome and quality of life, its early identification and treatment should be part of their overall management. Objectivo: Caracterização psicossocial de uma amostra de doentes amputados seguidos numa consulta de Medicina Física e de Reabilitação (MFR) num centro hospitalar terciário em Portugal. Material e métodos: Estudo transversal de 45 doentes amputados de membro inferior consecutivamente referenciados para uma primeira avaliação em consulta de MFR-amputados após a alta hospitalar. Da amostra inicial, 2 foram excluídos da análise e 4 doen- tes recusaram participar no estudo. Os dados sócio-demográficos e antecedentes médico-cirúrgicos foram recolhidos mediante a utilização de um questionário estruturado, e a informação clínica referente às características da amputação obtida a partir dos registos clínicos. A capacidade funcional foi avaliada com o Amputee Mobility Predictor (AMP), a qualidade de vida através da short-form 36 (SF36), e a sintomatologia depressiva e ansiosa pela aplicação da Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Resultados: Dos 39 pacientes analisados, 32 (82,1%) eram homens, com idade [média (desvio padrão): 67, 6 (12,57)] anos, 28 (71,8%) eram casados, 30 (76,9%) estavam reformados, 3 (7,7%) estavam desempregados, 4 (10,3%) estavam de baixa, e 2 (5,1%) estavam empregados. Quanto à causa da amputação, 36 (92,3%) eram de etiologia vascular, 1 (2,6%) sequelar a infecção e 2 (5,1%) de etiologia neoplásica). Quanto ao nível de amputação, 23 (59%) amputações transfemorais, 10 (25,6%) amputações transtibiais, e 6 (15,4%) amputações do pé. Da amostra estudada, 14 (35,9%) tinham níveis de ansiedade patológica (HADS - ansiedade ≥8) e 15 (38,5%) apresentavam depressão clínica (HADS - depressão ≥8). A nível da qualidade de vida e percepção geral do estado de saúde, a pontuação foi baixa sobretudo nas dimensões físicas da SF36 com uma pontuação no componente físico sumário [P50 (P25-P75): 31,0 (26,8-39,4)], e no componente mental sumário: 41,9 (31,8-48,3)]. Na amostra estudada, os dados da AMP apresentaram pontua- ção [P50 (P25-P75): 8 (4-16)], variando de 0 a 27. Conclusão: A amostra estudada apresenta uma elevada prevalência de sintomatologia depressiva/ansiosa. Como estas alterações do perfil psico-social têm impacto importante sobre a adesão ao programa de reabilitação, o prognóstico funcional e a qualidade de vida, a sua avaliação e orientação terapêutica devem fazer parte da abordagem destes doentes.