Autor(es):
Magalhães, Sandra; Interno de Formação Específica de Medicina Física e de Reabilitação do Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António, Porto, Portugal
; Macedo, Joana; Interno de Formação Específica de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital de Funchal – Madeira, Portugal
; Ribeiro, Maria Miguel; Interno de Formação Específica de Medicina Física e de Reabilitação do Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António, Porto, Portugal
; Barreira, Ana; Fisioterapeuta do Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António, Porto, Portugal
; Fernandes, Preza; Assistente Hospitalar Graduado de Cardiologia do Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António, Porto, Portugal
; Viamonte, Sofia; Assistente Hospitalar de Medicina Física e de Reabilitação do Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António, Porto, Portugal
Data: 2014
Origem: Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação
Descrição
Na literatura tem sido amplamente estabelecido o papel do sedentarismo como fator de risco major para doença cardíaca isquémica. Os Programas de Reabilitação Cardíaca visam melhorar a capacidade funcional do doente com patologia cardíaca assim como educar e acompanhar no controlo dos seus fatores de risco cardiovasculares. Objetivo: Avaliar a capacidade funcional de doentes com doença cardíaca isquémica submetidos a um Programa de Reabilitação Cardíaca ao longo de 12 meses de follow-up e a sua correlação com mudanças nos hábitos de vida. Métodos: Estudo de coorte prospetivo que inclui os doentes com diagnóstico de doença cardíaca isquémica referenciados consecutivamente para Programa de Reabilitação Cardíaca baseado no exercício, recrutados entre Janeiro de 2008 e Dezembro de 2009. Foram estabelecidos três momentos de avaliação: inicial (primeira consulta da Fase II), 3 e 12 meses, com registo do nível da atividade física realizada em ambulatório através de questionário (International Physical Activity Questionnaire) e avaliação da capacidade funcional através do tempo total e dos equivalentes metabólicos (MET) atingidos durante as provas de esforço realizadas. Resultados: De um total de 329 doentes foram excluídos 73 por não conclusão da fase II do PRC ou por perda de dados no follow-up. Foram estudados 256 doentes (76,2% do sexo masculino; idade média: 61,1 ± 10,6 anos. No final da Fase II ocorreu uma melhoria estatisticamente significativa nos parâmetros estudados, nomeadamente no valor médio da atividade física realizada em ambulatório registados nos scores do IPAQ (70,5%; p <0,0001), tempo (18,9%; p <0,0001 / 23,7; p =0,002) e MET atingidos na prova de esforço (20,4%; p <0,0001). Esta diferença manteve-se estatisticamente significativa aos 12 meses de follow-up. Conclusão: Este estudo salienta a importância de programas de Reabilitação Cardíaca no contexto da prevenção secundária da doença cardiovascular e a necessidade de implementar estratégias que potenciem a manutenção dos benefícios a longo prazo. Palavras-chave: Reabilitação Cardíaca; Capacidade Funcional. In literature it is largely established the role of physical inactivity as a major risk factor to coronary heart disease. A Cardiac Rehabilitation Program improves functional capacity of the patient with cardiac disease as well as educates for the control of their cardiovascular risk factors. Aim: To evaluate the functional capacity of patients with coronary heart disease who underwent a Cardiac Rehabilitation Program over a 12-month follow-up and its relationship with changes in physical activity habits. Methods: We conducted a prospective cohort study that included patients with coronary heart disease consecutively referred for Cardiac Rehabilitation Program exercise based between January 2008 and December 2009. We evaluated the patients at three moments: baseline (first visit of Phase II), 3 and 12 months. We analyzed physical activity performed at home through the International Physical Activity Questionnaire and assessed time and Metabolic Equivalents (MET) achieved during exercise tests performed. Results: From a total of 329 patients 73 were excluded for not completing the phase II of the PRC due to loss of data during follow-up period. We studied 256 patients (76.2% male, mean age: 61,1 (10,6) years). At the end of phase II, there was a statistically significant improvement in the studied parameters, namely the average amount of physical activity performed in IPAQ scores (70.5%; p <0.0001), time (18,9%; p <0,0001 / 23,7; p =0,002) and MET (20,4%; p <0,0001) on exercise testing. This difference remained statistically significant after 12 months of follow- up. Conclusion: This study emphasizes the importance of Cardiac Rehabilitation programs in secondary prevention of cardiovascular disease and the need to implement strategies in order to maximize the long term effects. Keywords: Heart Diseases/rehabilitation; Recovery of Function.