Description
O ponto de partida para uma digressão sobre a produção científicada História da Matemática em Portugal / Memória (pós Luzes) implicaentrar na produção de cultura científica dos matemáticos portugueses. Nocontexto das práticas comemorativas de 1872, na gramática positivista daexaltação da reforma pombalina, fixa-se a primeira base: a Memória daFaculdade de Matemática e o seu carácter de excepcionalidade e de originalidadeno contexto europeu, alargando o contributo da obra clássica deFrancisco Borja de Garção Stockler Ensaio historico sobre a origem e progressosdas mathematicas em Portugal (Paris, 1819).No contexto nacional e internacional fica marcado o território para aconstrução de uma memória (nacional e internacional) da Matemática emPortugal para o período do final da Monarquia Constitucional, para a Repúblicae também para a primeira fase do período do Estado Novo (1933–1940).A viragem do século XIX é marcada pela realização da Exposição Universalde Paris 1900 que enquadra a organização e edição de Les Mathématiques en Portugal au XIX ème Siècle (R. Guimarães); por outro lado, FranciscoGomes Teixeira atravessa vários eventos internacionais na primeira metadedo século XX. A Exposição Ibero Americana de Sevilha, em 1929, foi tambémpretexto para uma outra sistematização da memória matemática e dosmatemáticos. Devemos ainda acrescentar os múltiplos Congressos da Associação‘Luso-Espanhola’ para o Progresso das Ciências (1917–). Comoponto de paragem de um tempo de longa duração da história da cultura científicafixamo-nos, como baliza de abordagem, em 1940 no VIII Congressodo Mundo Português, Actividade Científica em Portugal.Entender a rede de inteligibilidade existentes entre a edição pública, aparticipação em acontecimentos celebrativos e a construção de uma memóriade identidade científica dos Matemáticos em Portugal, na primeira metadedo século XX, constitui a nossa proposta de abordagem.