Autor(es):
Fernandes, Armando
; Gomes, António Levy
Data: 2014
Origem: Acta Pediátrica Portuguesa
Assunto(s): Cefaleias; criança; infância; profilaxia; terapêutica
Descrição
A cefaleia é um sintoma frequente na idade pediátrica, sendo a sua causa mais habitual a enxaqueca.Objectivos: Caracterização clínica das crianças com cefaleias seguidas na Consulta de Neurologia Pediátrica; avaliação da resposta clínica à terapêutica profiláctica para a enxaqueca e avaliação crítica dos critérios diagnósticos da Sociedade Internacional de Cefaleias para a enxaqueca.Doentes e Métodos: Estudo retrospectivo de 109 crianças com cefaleias recorrentes (enxaqueca, cefaleia de tensão e cefaleias mistas), referenciadas à Consulta de Neurologia Pediátrica do Hospital de Santa Maria, de 01-01-94 a 30-06-96.Resultados e conclusões: As cefaleias recorrentes representaram 8,28% da patologia assistida na Consulta de Neurologia Pediátrica.A enxaqueca foi a causa mais frequente de cefaleias recorrentes (80,7%), seguida da cefaleia de tensão (14,7%). Nos doentes com enxaqueca havia história familiar positiva em 69,3% dos casos, principalmente materna (63,1%).Nestes doentes, a localização unilateral da dor, o carácter pulsátil e a duração superior a 4 horas ocorreram, apenas, em 22,3%, 30,2% e 42% dos casos, respectivamente. Este facto sugere a necessidade de algumas modificações aos critérios da Sociedade Internacional de Cefaleias. Ainda, nestes doentes houve uma melhoria clínica em 73,8% dos casos, 23,1% dos quais sem terapêutica profiláctica para a enxaqueca.A escolha dos exames imagiológicos deverá ser baseada na suspeita clínica, após realização da anamnese e da observação clínica (incluindo o exame neuro-oftalmológico).