Description
A preocupação da sociedade com o direito de utilização e acesso a cuidados de saúde com qualidade torna a avaliação da «qualidade» num aspecto com crescente importância nos sistemas de saúde.O presente estudo pretendeu avaliar as características da população assistida na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do H. S. João (UCIP) durante um período de seis anos (1995-2000), bem como as taxas de mortalidade e de eficiência, de modo a permitir uma redefinição dos critérios de admissão e avaliação da qualidade dos serviços prestados. Foi efectuada a revisão das folhas de registo da pontuação do «Pediatric Risk of Mortality» (PRISM), utilizadas regularmente na UCIP.Do total de 1011 doentes avaliados verificaram-se 143 óbitos, correspondendo a uma taxa de mortalidade real, global, de 14,1%.A taxa de mortalidade prevista, a partir das probabilidades de morte individuais, foi de 15,6%. A taxa de mortalidade padronizada (TMP) foi de 0,905. A taxa de eficiência na admissão foi superior a 76,3%.A capacidade discriminativa do PRISM na nossa população, medida pela «Receiver Operating Characteristic», mostrou uma área sob a curva de 0,92 para a totalidade dos doentes avaliados, o que revela uma boa adaptação à nossa população, a exemplo do verificado em muitos outros estudos.Apesar da TMP ser inferior a um (0,905) não foi demonstrada a existência de diferença com significado estatístico entre a taxa de mortalidade real e a prevista pelo PRISM. Contudo, permite-nos afirmar a existência de um nível de qualidade assistencial equivalente à população de referência.