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Certo e errado na ética da virtude e na ética deontológica: implicações educativas

Autor(es): Marques, Ramiro; Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém; Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira cv logo 1

Data: 2012

Origem: Interacções

Assunto(s): Certo; Errado; Bem; Mal; Virtude; Hábitos; Deontologia; Natureza e convenção.


Descrição
Há vários níveis de certo e errado. A ética deontológica contemporânea tende a ignorar essas diferenças, remetendo todos os níveis para o campo da ética e substituindo o Deus legislador da ética cristã por uma razão universal legisladora. Os gregos tinham uma concepção totalmente diferente. O certo era o que as leis humanas e os costumes permitiam. O errado era o que as leis humanas e os costumes proibiam. E a obrigação ou dever era o que as leis humanas requeriam que se fizesse. A ética cristã, nascida sobre os escombros do Império Romano, e retomando a tradição judaica, encara o certo como o respeito pela lei divina, plasmada nos textos sagrados e o errado como a sua violação. Num caso e noutro, há coerência. Quando Kant procura imputar à razão a capacidade para criar leis morais de aplicação universal, está a substituir o Deus legislador pela razão universal e, com esse exercício, retira conteúdo e substância à ética, tornando-a uma coisa estéril e incapaz de ser aplicada nas questões importantes do dia-a-dia. Na ética kantiana não há legislador. É uma ética vazia de conteúdo. E, por isso, de escassa utilidade na nossa conduta quotidiana. É uma ética interessante para a discussão dos grandes princípios, mas incapaz de nos dar respostas concretas sobre como devemos deliberar e agir em situação contextual.
Tipo de Documento Artigo
Idioma Português
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