Descrição
Introdução: Doentes hospitalizados estão mais vulneráveis a problemas do sono devido à doença e exposição a tratamentos médicos e ambiente hospitalar. A privação de sono prejudica a recuperação do estado de saúde. É essencial o conhecimento da realidade vivida nas enfermarias, de forma a identificar aspetos passíveis de intervenção. Objetivos: Caraterizar as condições de sono em enfermarias pediátricas de um hospital terciário e comparar, entre médicos e enfermeiros, o conhecimento sobre as rotinas do sono em internamento. Métodos: Desenvolveu-se um questionário para o efeito, focando a organização e rotinas da enfermaria, e distribuiu-se por 150 profissionais de saúde (50 médicos, 100 enfermeiros). Análise estatística baseada no software estatístico SPSS v.19.0: estatística descritiva e comparativa (testes não-paramétricos, p<0,05). Resultados: Foram obtidas 81 respostas (23 médicos e 58 enfermeiros). As crianças ficam com um acompanhante durante a noite e todos os quartos têm televisão. A presença de brinquedos nos quartos é referida pela maioria dos profissionais (83,5%). Cerca de metade dos profissionais (55,8%) indica que as crianças adormecem no período 20-22h. Considera-se que a luminosidade (96,3%) e o ruído (75,0%) são reduzidos durante a noite. A sesta é considerada um hábito comum (90,4%). Um número significativo de profissionais refere não existir horário limite de brincar (18,4%), de adormecer (13,0%) nem para desligar os aparelhos eletrónicos (32,9%). Os conhecimentos de médicos e enfermeiros diferem significativamente em relação a vários aspetos das rotinas e horários noturnos. Conclusões: Este estudo demonstra que embora exista redução da luz e do ruído durante a noite, existem fatores disruptores do sono. A diferença de conhecimentos entre os dois grupos profissionais pode traduzir a ausência de regras definidas. É essencial informar e educar profissionais de saúde para a importância do sono (qualidade e quantidade) durante o internamento.