Author(s):
Veríssimo, Filipa; Interna de Psiquiatria/Resident Psychiatry, Hospital de Magalhães Lemos EPE – Serviço Porto
; Andrade, Pedro; Interno de Dermatovenereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia e Venereologia, Hospitais da Universidade de Coimbra EPE, Coimbra
; Correia, Luís; Interno de Psiquiatria/Resident Psychiatry, Hospital de Magalhães Lemos EPE – Serviço Matosinhos, Porto
; Rocha, Isabel; Especialista em Psiquiatria, Assistente Hospitalar de Psiquiatria/Consultant Psychiatry, Hospital de Magalhães Lemos EPE – Serviço Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Porto, Portugal
Date: 2013
Origin: Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
Description
In modern societies, as beauty and youth are paired with success, patients driven by aesthetic concerns involving skin and body imperfections are raisingly common in the daily practice of Dermatology. Body Dismorphic Disorder (BDD), also known as dismorphophobia, is a frequent psychiatric condition characterized by an excessive dis- tress from minimal or inexistent physical defects, resulting in severe emotional, social and professional disabilities and compulsive behaviors aimed to correct or hide these defects (excessive acquisition of hats or scarves, abusive and un- satisfactory application of makeup products, obsessive verification of the mirror image, skin picking, and consecutive requests of cosmetic surgical procedures). Being unaware of the true nature of their condition, BDD patients commonly seek for Dermatology, Plastic Surgery or Dentistry clinics. In fact, the prevalence of BDD within dermatological patients is estimated at 2,9-29,4%, being significantly higher than in general population (1-2%). Considering that cosmetic procedures are rarely beneficial in this setting, dermatologists should be aware of this frequent condition and be able to identify BDD patients, as referral to psychiatric care is of extreme importance.KEYWORDS – Body Dysmorphic Disorders; Body Image; Plastic Surgery. Na sociedade actual, em que a beleza e juventude são sinónimos de sucesso, são cada vez mais fre- quentes as queixas “estéticas” centradas nas imperfeições da pele e do corpo. Os Dermatologistas são muitas vezes procurados para avaliação e tratamento dessas queixas. A Perturbação Dismórfica Corporal (PDC), inicialmente de- nominada “dismorfofobia”, é uma patologia psiquiátrica frequente e incapacitante, caracterizada pela preocupação excessiva com um determinado defeito físico, real ou inexistente, causando angústia e disfunção nos planos social, afectivo e laboral. A ansiedade associada ao “defeito” estético compele os indivíduos com PDC a comportamentos do tipo compulsivo com o objectivo de o camuflar, evidenciando-se comportamentos como a compra compulsiva de lenços e chapéus, utilização de produtos de maquilhagem, manipulação da pele (skin picking), verificação ao espelho e procura de intervenções correctivas em consultas de Dermatologia, Cirurgia Plástica e Medicina Dentária (“doctor shop”). Os doentes com PDC, não reconhecendo o defeito como mínimo ou inexistente, procuram trata- mentos estéticos para uma patologia de natureza psiquiátrica. A prevalência da PDC na população geral é de 1 a 2% e na população de doentes dermatológicos é de 2,9 a 29,4%. Considerando a alta prevalência de PDC naquela população, e tendo em conta que os tratamentos estéticos raramente melhoram os sintomas, a sensibilização e for- mação dos Dermatologistas para a investigação sistemática, diagnóstico e orientação para consulta de Psiquiatria torna-se fundamental.PALAVRAS-CHAVE – Perturbação Dismórfica Corporal; Imagem Corporal; Cirurgia Plástica.