Author(s):
Tavares, Sónia Dorilde Gomes
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10316/13792
Origin: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Subject(s): Antioxidantes; Ácido ascórbico - cancro; Medicina nuclear; Imagem por radioisótopos; Radicais livres - stress oxidativo; Vitamina C - cancro; Radiofármacos
Description
A vitamina C é uma substância essencial apresentando inúmeras propriedades
fisiológicas. Ela apresenta-se sob duas formas, a reduzida e a oxidada. O ácido
ascórbico (AA), a forma reduzida da vitamina C, é um potente antioxidante
hidrossolúvel, na medida em que neutraliza os radicais livres, constituindo um
potencial mecanismo anticancerígeno. O AA actua também como pró-oxidante,
promovendo a formação de espécies reactivas de oxigénio (ROS), como o peróxido de
hidrogénio (H2O2), que comprometem a viabilidade celular. Por outro lado, a maioria
das células tumorais não transporta directamente o AA para o seu interior, razão pela
qual as células obtêm a vitamina C na sua forma oxidada, o ácido dehidroascórbico
(DHA). As células tumorais demonstram ainda outra particularidade, a diminuição da
catalase (enzima responsável pela destoxificação do H2O2), num factor entre 10 e 100,
relativamente às células normais. Assim, o aumento da produção de H2O2, acoplado à
deficiência da actividade da catalase nas células neoplásicas e à presença de metais de
transição, poderá redundar na citotoxicidade selectiva da vitamina C e na consequente
revelação do seu potencial terapêutico.
O objectivo deste trabalho é avaliar o metabolismo da vitamina C e mostrar o
efeito citotóxico da forma reduzida, em células de adenocarcinoma colorectal e de
melanoma melanocítico, recorrendo a métodos bioquímicos e de imagiologia nuclear.
Primeiramente, efectuou-se a marcação da forma reduzida da vitamina C com
tecnécio, de forma a obter um complexo radioactivo (99mTc-AA) passível de ser usado
em imagiologia nuclear. Sendo que a sua pureza radioquímica determinada por HPLC.
Posteriormente, realizaram-se estudos in vitro, com a linhas celulares de
adenocarcinoma colorectal (WiDr) e melanoma melanocítico (A375), que incluíram
iv
estudos de captação com 99mTc-AA, e estudos de avaliação da citotoxicidade da
vitamina C. Estes estudos incluíram os estudos de avaliação da proliferação por
colorimetria e de sobrevivência por ensaios clonogénicos. Sendo que para estudos de
estabilidade por HPLC foram usadas as WIDr, pela avaliação do meio extracelular.
Por último, foram feitos estudos in vivo, em que consistiu no desenvolvimento
de xenotransplantes de WiDr em ratinhos Balb/c nu/nu, que posteriormente foi feito
estudos de biodistribuição do 99mTc-AA. A avaliação do crescimento tumoral em
ratinhos Balb/c nu/nu portadores de xenotransplantes pelo efeito do AA foi também
realizada.
Desta feita, a marcação do AA com 99mTc-AA, foi desenvolvida tendo uma
elevada eficiência de marcação, confirmada por HPLC. Os estudos in vitro realizados
deram resultados que levam a concluir que o AA tem potencial no tratamento do
cancro pois, apresenta efeitos anti-proliferativos nas células tumorais, esses resultados
foram comprovados nos estudos in vivo. Onde se tira também que o complexo 99mTc-
AA apresenta baixa captação tumoral como foi observada nos estudos in vitro.