Autor(es):
Valente, Hugo
; Padez, Cristina
; Mourão, Isabel
; Rosado, Vitor
; Moreira, Pedro
Data: 2010
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10316/13613
Origem: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Descrição
Para avaliar o grau de inadequação nutricional foram estudadas 2445 raparigas e 2400
rapazes, perfazendo um total de 4845 crianças com idades compreendidas entre os sete e
os nove anos de idade. O peso e a altura foram determinados de acordo com os procedimentos
internacionalmente recomendados, sendo posteriormente calculado o índice de
massa corporal; definiu-se excesso de peso e obesidade segundo os critérios do International
Obesity Task Force. A ingestão nutricional das crianças foi determinada através
de um registo alimentar das últimas 24h realizado por investigadores treinados. Para a
determinação da prevalência da inadequação de macro e micronutrimentos, foram usadas
as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2003 e da Food and
Nutrition Board (Estimate Average Requirements e Adequate Intake).
Neste estudo foi encontrada uma prevalência de excesso de peso/obesidade de 30,8%.
Verificou-se ainda uma baixa prevalência de inadequação (≤ 10%) dos seguintes nutrimentos:
vitaminas A, B1, B2, B6, B12, e PP; e magnésio, zinco, iodo, fósforo, selénio, e
ferro. Foram encontradas prevalências de inadequação muito elevadas para o folato (60,5%
nas raparigas e 54,6% nos rapazes), vitamina E (63,9% nas raparigas e 59,5% nos rapazes),
cálcio (45% nas raparigas e 40,7% nos rapazes), molibdnénio (89,7% nas raparigas e
87,4% nos rapazes), e fibra (87,8% nas raparigas e 86,7% nos rapazes).
No que diz respeito à ingestão de macronutrimentos, verificou-se que o contributo para o
valor energético total de proteína (65,9%) e gordura (78,8%) eram superiores ao recomendado
pela OMS. Em apenas 22% das crianças, o contributo energético dos hidratos de
carbono estava de acordo com o recomendado. Encontrou-se ainda uma elevada percentagem
de crianças cuja ingestão de gordura saturada (81.4%), açúcares (97.3%) e colesterol
(53%), se encontrava acima do recomendado pela OMS.
Assim sendo, verifica-se que nesta amostra de crianças portuguesas a prevalência de
inadequação de cálcio, vitamina E, folato, molibdénio e fibra é extremamente elevada,
observando-se ainda um padrão nutricional excessivamente rico em gordura e proteína e
pobre em hidratos de carbono. Obesity is one of the most serious health problems in children, and it’s frequently related
to low activity levels and inadequate nutrition.
To evaluate the prevalence of nutritional inadequacy a total of 4845 children (2445 girls
and 2400 boys) aged 7-9 years old, were observed. Height and weight were measured
according to international standards, and body mass index (BMI) was calculated.
Overweight and obesity, using age- and sex-specific BMI cut-off points as defined by the International Obesity Taskforce, were used. Children’s dietary intake was measured
using a 24-h dietary recall by trained researchers. To evaluate nutritional inadequacy,
Food and Nutrition Board Dietary Reference Intakes and World Health Organization
(WHO) recommended intake goals were used.
The prevalence of overweight/obesity in this sample was 30.8% and the proportion of
children with an intake below the Estimated Average Intake/Adequate Intake was very
low (≤ 10%) for the following nutrients: vitamins A, B1, B2, B6, B12, and PP; and for
magnesium, zinc, iodine, phosphorous, selenium, and iron. High prevalences of inadequacy
were found for folate (60.5% in girls and 54.6% in boys), vitamin E (63.9% in girls
and 59.5% in boys), calcium (45% in girls and 40.7% in boys), molybdenum (89.7% in
girls and 87.4% in boys, and fibre (87.8% in girls and 86.7% in boys).
Regarding the macronutrients, 65.9% and 78.8% of the individuals were above WHO
recommended intake values for protein and total fats, respectively; 22% didn’t ingest
lower than WHO carbohydrates intake recommendation. We’ve also found that 81.4%
and 97.3% of the individuals were above WHO recommendations for saturated fatty
acids and total sugars, respectively. Regarding cholesterol intake, 53% of the individuals
ingested more than the recommended by WHO.
In conclusion, the prevalence of inadequate intakes of calcium, vitamin E, folate,
molybdenum and fibre was unacceptably high, while and the contribution of total fat,
saturated fat and sugars were far above the recommended by WHO. This could be
associated to major chronic diseases, such as coronary heart diseases, in later life.