Detalhes do Documento

Actividade Física e Cefaleias

Autor(es): Félix, Luís Miguel cv logo 1

Data: 2006

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10316/13306

Origem: Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Assunto(s): Actividade física; Cefaleias; Estilos de vida; Enxaqueca


Descrição
O exercício físico está frequentemente associado à actividade física, havendo um tipo de cefaleia descrito na Classificação Internacional de Cefaleias (2004), a cefaleia primária do exercício, que lhe está totalmente associado, existindo outras cefaleias desencadeadas ou agravadas pela actividade física mas cuja caracterização não tem sido feita. Assim, este trabalho pretendeu estudar a prevalência das cefaleias em duas Faculdades onde o exercício tem papéis de diferente importância, bem como caracterizar o papel da actividade física nas cefaleias primárias. Desenvolveu-se e aplicou-se um questionário baseado em Pereira Monteiro (1995), tendo sido adaptado aos critérios de diagnóstico das cefaleias da Internacional Headache Society (2004). Este questionário foi validado e aplicado a 400 estudantes das Faculdades de Medicina e Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra. Obtivemos 157 questionários correctamente preenchidos (39,3 %), 71 da Faculdade de Medicina (FM) e 86 da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF). Dos estudantes com cefaleias (63 da FM e 63 da FCDEF), 40 e 19 são do sexo feminino 88,7% dos estudantes de Medicina e 73,3% dos estudantes de Ciências do Desporto e Educação Física, respectivamente, referiram cefaleias ao longo da vida; respectivamente. 50,8 e 92,1 % dos estudantes da FM e da FCDEF praticam regularmente exercício, sendo o nº de atletas de 3 e 19, respectivamente. O nº de fumadores é muito baixo em Medicina (n=3) e elevado em Ciências do Desporto e Educação Física (n=20), havendo significativo consumo de bebidas alcoólicas em ambas as Faculdades. Relativamente à distribuição dos tipos de cefaleias, nos estudantes de Medicina e de Ciências do Desporto e Educação Física, foi diagnosticada a enxaqueca sem aura em 23,9 e 15,1%, as cefaleias pouco frequentes do tipo tensão em 38,0 e 34,9 %, as cefaleias frequentes do tipo tensão em 46,5 e 39,5% e as cefaleias em guinada em 4,2 e 7,0 %. A enxaqueca com aura existiu em apenas 4 estudantes de Medicina, havendo apenas um caso com cefaleia do tipo tensão crónica. A prática regular de exercício não evitou os diversos tipos de cefaleias. Relativamente à actividade física como factor agravante da cefaleia, a actividade física de rotina esteve associada a 36,7, a 10,5 e a 14,9% dos estudantes com enxaqueca sem aura, cefaleias pouco frequentes do tipo tensão e cefaleias frequentes do tipo tensão, respectivamente, enquanto que a actividade física moderada a intensa agravou 46,7, 17,5 e 22,4 % dos indivíduos com enxaqueca sem aura, cefaleias pouco frequentes e frequentes do tipo tensão, respectivamente. A actividade física (ligeira, moderada ou intensa) como um dos factores causais de cefaleia foi identificada em 20, 19,4 e 29,9 % dos indivíduos com enxaqueca sem aura, cefaleias pouco frequentes e frequentes do tipo tensão, respectivamente. Em conclusão, a enxaqueca é frequente nos estudantes das Faculdades de Medicina e de Ciências do Desporto e Educação Física, que têm uma prática diferente de exercício físico. Não podemos tirar ilações da diferente prevalência nas duas Faculdades porque a população feminina predomina em Medicina, acontecendo o contrário em Ciências do Desporto e Educação Física. Apenas cerca de um terço dos indivíduos com enxaqueca sem aura têm a actividade física de rotina como factor agravante, o que acontece com muito menos frequência nas cefaleias do tipo tensão. A actividade física é um dos factores causais de cefaleias em cerca de 1/5 dos indivíduos. Dissertação de licenciatura apresentada à Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física
Tipo de Documento Dissertação de Licenciatura
Idioma Português
Orientador(es) Ribeiro, Carlos Fontes
delicious logo  facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
degois logo
mendeley logo

Documentos Relacionados



    Financiadores do RCAAP

Fundação para a Ciência e a Tecnologia Universidade do Minho   Governo Português Ministério da Educação e Ciência Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento União Europeia