Autor(es):
Martins, Catarina
Data: 2004
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10316/11063
Origem: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Descrição
Face à inoperatividade da teoria expressionista na compreensão de algumas das
manifestações mais originais da prosa narrativa de língua alemã de 1910-20,
estigmatizadas como “incompreensíveis”, o objectivo da minha reflexão é questionar tanto
o conceito de Expressionismo, quanto a noção de “incompreensibilidade”, que resulta, nos
casos em apreço – Albert Ehrenstein, Carl Einstein e Robert Müller –, não da expressão do
irracional, mas da introdução de elementos do género híbrido “ensaio” no domínio da
ficção. Sob a metáfora do espelho, que coloca a problemática modernista do Sujeito no
centro da reflexão ensaística desde Montaigne, e com recurso a uma noção de ensaio
construída a partir de Friedrich Schlegel, Nietzsche e Adorno, analisarei um espectro de
narrativas que evidenciam um processo de miscigenação entre ficção e ensaio, cujo
resultado extremo é o texto incompreensível, genologicamente inclassificável, e que coloca
desafios por enfrentar aos estudos literários, em particular àqueles que ousam penetrar nas
zonas mais herméticas do Modernismo