Autor(es):
Sousa, Rita
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.8/587
Origem: IC-online
Assunto(s): Palaemon elegans; Diets; Amino acids; Ácidos gordos
Descrição
Dissertação de Mestrado em Aquacultura apresentada à ESTM - Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria A espécie de Palaemon elegans encontra-se largamente distribuída pelo ambiente marinho e numa grande variedade de habitats rochosos. Os indivíduos pertencentes a esta espécie toleram uma vasta gama de salinidade e temperatura, apresentando uma grande versatilidade no que diz respeito aos itens alimentares. Neste estudo pretendeu-se avaliar o efeito da dieta alimentar na composição bioquímica (proteína bruta, gordura total, ácidos gordos e aminoácidos) do tecido muscular de P. elegans e nos respectivos parâmetros de crescimento (incremento em peso, taxa específica de crescimento e taxa de sobrevivência).
Para tal, foram consideradas três dietas alimentares (mexilhão, ração semi-seca e ração semi-húmida), as quais foram fornecidas a juvenis de P. elegans cultivados durante 54 dias em condições laboratoriais (temperatura = 24ºC, salinidade = 35‰). Paralelamente ao estudo e servindo como grupo controlo, em 2010 e 2011 foram capturados no campo indivíduos selvagens de P. elegans para os quais foi igualmente estabelecido o respectivo perfil bioquímico.
Com o presente estudo, foram evidenciadas elevadas correlações entre o tamanho versus peso e taxa de crescimento dos P. elegans. A análise ANCOVA demonstrou a existência de diferenças significativas (P<0.001) entre todas as taxas de crescimento específicas, sendo a ração semi-seca aquela que proporcionou valores mais elevados (0.044 d-1). A taxa de sobrevivência com maior destaque neste estudo resultou da alimentação dos crustáceos com ração semi-seca (aproximadamente 96%).
No perfil bioquímico do músculo de P. elegans as diferenças com maior relevância incidem-se na quantificação de ácidos gordos e aminoácidos, comparativamente com as dietas fornecidas durante o presente estudo. Quanto aos ácidos gordos, constatam-se diferenças notórias entre a quantidade existente nas dietas fornecidas e no músculo de P. elegans para os ácidos eicosapentaenóico e docosahexaenóico na ordem de 95% e 96%, respectivamente.
Relativamente à quantificação de aminoácidos, evidenciam-se diferenças estatísticas para prolina existente no músculo de P. elegans alimentados com dieta semi-seca (40,529 ± 1,9510 mg/g) e mexilhão (29,213 ± 5,8577 mg/g) comparativamente com os indivíduos capturados em meio selvagem (6,660 ± 0,1650 mg/g).
Este estudo sugere que a dieta que oferece maior benefício para o crescimento sustentável da espécie e rentável para a aquacultura é a dieta semi-seca, a qual deverá ser ajustada pontualmente com ácidos gordos altamente insaturados (HUFA) e polinsaturados (PUFA), bem como de aminoácidos essenciais.